Ana Rita Amaral Cabral, a namorada do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recusa ter validado emissões ruinosas pelo Grupo Espírito Santo, nos anos e meses que antecederam o colapso do grupo e do banco. Em declarações ao Jornal de Notícias, a antiga administradora não-executiva do GES garantiu que “é absolutamente falso que alguma vez tenha feito parte de uma comissão com poder ou competência para apreciar ou validar qualquer venda de títulos ou obrigações de qualquer empresa do grupo Espírito Santo”.

A declaração surgiu depois de o jornal Sol ter noticiado, na manhã de sábado, que José Manuel Espírito Santo, primo de Ricardo Salgado, e Paulo Padrão, antigo diretor de comunicação do Banco Espírito Santo (BES), tinham garantido perante o Tribunal Central de Instrução Criminal que validar produtos financeiros era uma das competências da Comissão sobre Transações com Parte Relacionadas do Grupo Espírito Santo, uma comissão que era composta por Rita Amaral Cabral, além de Joaquim Goes e Horácio Afonso.

Esta foi uma comissão criada em articulação com o Banco de Portugal, recorda a namorada de Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que a comissão só exerceu funções entre abril e junho de 2014, “período em que já estava suspensa a venda de quaisquer títulos emitidos pela Espírito Santo Internacional”.

“A comissão de que fiz parte, formada em abril de 2014 por recomendação e em articulação com o Banco de Portugal, não tinha esse poder ou competência. Por isso, nunca apreciou ou validou a venda de títulos da Espírito Santo Internacional ou de qualquer empresa daquele grupo”, salienta a antiga administradora não-executiva.

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