Domingo, 3 de fevereiro, Mercedes-Benz Stadium, Atlanta, Estados Unidos. O dia maior do futebol americano e da National Football League (NFL) já estava marcado mas ainda não tinha protagonistas. Este domingo, madrugada de segunda-feira em Portugal, Los Angeles Rams e New England Patriots carimbaram os respetivos passaportes para uma das finais desportivas mais mediáticas do mundo e marcaram encontro na 53.ª edição do Super Bowl.

A final é uma reedição do Super Bowl de 2002: na altura, os campeões em título St. Louis Rams (a franquia só assentou arraiais em Los Angeles em 2016) perderam com os New England Patriots, que conquistaram o primeiro título da sua história. Desde esse último encontro em fevereiro de 2002, há quase 17 anos, restam dois nomes — Bill Belichick e Tom Brady, treinador e quarterback dos Patriots, que mantêm as respetivas posições. Rams, representantes da National Football Conference, e Patriots, representantes da American Football Conference, venceram respetivamente os New Orleans Saints e os Kansas City Chiefs para chegar ao Super Bowl, numa combinação de jogos que já entrou para a história do futebol americano nos Estados Unidos.

Pela primeira vez na história da NFL, as finais de ambas as conferências tiveram de ser decididas no prolongamento. Do lado dos Rams, Greg Zuerlein converteu um field goal (um pontapé com a bola no chão cujo objetivo é acertar entre as traves verticais atrás da endzone) que valeu a vitória; do lado dos Patriots, Tom Brady voltou a ser fulcral e fez três passes bem sucedidos para finalização, dois para Julian Edelman e outro para Rob Gronkowski. Os Los Angeles Rams chegam ao primeiro Super Bowl desde aquele ano de 2002 em que perderam contra a equipa de Brady e companhia e vão tentar reconquistar o título que alcançaram apenas uma vez, em 2000, quando bateram os Tennessee Titans. Já os New England Patriots somam a terceira presença consecutiva no Super Bowl, a nona em 18 anos, a quarta nos últimos cinco anos e vão tentar chegar ao sexto título (depois de 2002, 2004, 2005, 2015 e 2017).

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Os cinco títulos dos Patriots são também os cinco títulos de Tom Brady que, em caso de vitória no Super Bowl 2019, torna-se o único jogador da história da NFL a ter vencido seis finais do Campeonato de futebol americano (já é o único a ter vencido cinco com a mesma equipa, já que Charles Haley ganhou duas com os San Francisco 49ers e três com os Dallas Cowboys). O quarterback de 41 anos vai jogar o nono Super Bowl da carreira — mais do que os Pittsburgh Steelers, os Dallas Cowboys, os San Francisco 49ers, os Denver Broncos e os Green Bay Packers têm no seu palmarés. Tal como escreve esta segunda-feira o The Guardian, Tom Brady “já era o melhor jogador de sempre na sua posição — agora está só a exibir-se”.

Depois do jogo, em conversa com a NBC, o quarterback garantiu que vai recordar-se deste jogo “para sempre” e que esta foi “uma das maiores vitórias de sempre” dos New England Patriots. “Até me custa imaginar. Nove Super Bowls. Eu sei. É ridículo”, desabafou Tom Brady. Ainda no relvado, logo depois do final do jogo, o jogador lembrou todos aqueles que criticaram a equipa de Boston ao longo da temporada: “Sou demasiado velho. Tu és demasiado lento. Não temos jogadores talentosos. Não temos defesa. Não temos nada. Surreal”, disse Brady, enquanto abraçava o wide receiver Chris Hogan, que respondeu com um simples “adoro-te”.