Pedro Nuno Santos está na calha para ser “promovido” a ministro. A informação, avançada pelo Expresso, foi confirmada pelo Observador. A futura composição de Governo ainda não está fechada, mas uma das hipóteses mais seguras é a de que, aproveitando a saída do atual ministro do Planeamento, Pedro Marques, o primeiro-ministro avance para uma mini-remodelação que dê ao atual secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares uma pasta ministerial.

A corrida às europeias obrigou António Costa a mexer mais uma vez na sua equipa. Pedro Marques, o nome escolhido para cabeça de lista do PS às eleições europeias de maio, deixa um lugar vazio no executivo.

Para já, não está sequer garantido que a eventual promoção de Pedro Nuno Santos — que durante a legislatura teve, como uma das principais responsabilidades negociar com os parceiros do Governo cada um dos Orçamentos do Estado — venha a ocupar a pasta que será deixada livre pelo ministro Pedro Marques. Mas a subida a ministro é mesmo a hipótese que está a ser trabalhada neste momento. Até porque uma das principais missões que o secretário de Estado tinha em mãos era a articulação com os outros partidos à esquerda, para negociar o apoio em matérias decisivas para a governação, designadamente o Orçamento do Estado. Cumprida essa tarefa – com quatro orçamentos aprovados – e estando o país político a aquecer os motores para a campanha eleitoral, Pedro Nuno Santos ficou mais livre, abrindo a porta a que assumisse novas funções no Governo de António Costa.

A confirmar-se será o dois em um: António Costa não só promove uma das peças-chave do sucesso desta solução de governo, como encontra uma solução interna para resolver um problema que poderia ser difícil, estando a legislatura a chegar ao fim.

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Pedro Nuno Santos. “Quatro anos são suficientes para estas funções. É desgastante, física e emocionalmente”

Na entrevista que concedeu ao Observador, no final das negociações do último Orçamento da legislatura, Pedro Nuno Santos admitia que quatro anos eram “suficientes” nas funções que atualmente ocupa, e assumia ter “competências que são adquiridas ao longo dos anos de atividade política” relevantes “para qualquer função ministeriável”.

Essa possibilidade não se concretizou na última remodelação governamental, em novembro do ano passado, quando António Costa aproveitou a saída do ministro da Defesa, para substituir também os da Saúde, Economia e Cultura, mas é muito provável que se concretize agora.

Para já não se prevê que haja confirmação oficial destas mudanças antes da próxima semana, que terminará com a Convenção para as europeias do Partido Socialista. Só nessa altura é que António Costa deverá confirmar os nomes escolhidos para a lista às eleições e também anunciar as mudanças no governo.

Esta noite, António Costa reúne a Comissão Política Nacional PS. Mas, ao que o Observador apurou, não será para apresentar ainda o nome de Pedro Marques aos socialistas, ao contrário do que Rui Rio vai fazer na Comissão Política do PSD, algumas horas antes, com Paulo Rangel. O secretário-geral do PS vai cumprir uma formalidade e pedir aos dirigentes do PS que lhe dêem um mandato para, mais tarde, formalizar os nomes.