A greve dos enfermeiros tem sido financiada com recurso a crowdfunding, uma forma de angariação de fundos online em que quem quiser doa dinheiro para uma causa ou projeto. Já foram angariados 784 mil euros assim e, agora, a ASAE vai avançar com uma investigação sobre a origem destes fundos, avança o Expresso.

“As circunstâncias atuais precipitaram uma avaliação prévia às seis campanhas ativas, entre as quais a dos enfermeiros”, disse ao jornal Pedro Portugal Gaspar, o  inspetor-geral da ASAE. Assim, e mesmo sem um regulamento final sobre campanhas de crowdfunding, a investigação vai avançar por vontade desta entidade de fiscalização.

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Qual é objetivo da investigação? Validar todas as informações dadas pelos enfermeiros em greve quanto à origem dos fundos, averiguar quanto foi o dinheiro angariado e se há incompatibilidade nas doações.

Pedro Domingos, um dos fundadores da PPL, a empresa que gere a plataforma de crowdfunding utilizada pelos enfermeiros, afirma todos os registos de pagamentos e informações relativas estão salvaguardados e disponíveis. O executivo da PPL afirma ainda que as suspeitas são infundadas e que ASAE ainda não avançou com nenhum pedido formal de fiscalização.

Os donativos foram feitos por enfermeiros a título individual e em grupo, amigos e familiares. Na primeira campanha foram 14 mil participantes e agora dez mil e doaram valores pequenos, em média 15 a 20 euros”, afirma Pedro Domingos.

Segundo os enfermeiros envolvidos nesta ação de crowdfunding e comentários em grupos de redes sociais que têm feitos na organização desta paralisação, basta cada um dos 72 mil enfermeiros, incluído os que trabalham apenas para o sector privado, doar 60 euros para se angariar 4,32 milhões de euros. Este montante permitia uma paralisação no SNS até às legislativas.