O ministro da Ciência, Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional de Moçambique, Jorge Nhambiu, defendeu esta segunda-feira em entrevista à Lusa que Moçambique tem quadros para trabalharem na exploração de gás natural, em fase de arranque.

“[As multinacionais] querem mecânicos, eletricistas, carpinteiros e nós temos estes quadros”, referiu, defendendo que haverá mais procura por quadros formados no ensino técnico do que no ensino superior. As empresas levam tecnologia para aplicar em Moçambique e “do que precisam mais são técnicos que façam as coisas acontecer e não para fazer os projetos que têm de implementar”, detalhou.

O grande desafio para Moçambique é a componente de higiene e segurança, na medida em que a área do petróleo e gás tem requisitos específicos. “Este nosso eletricista, que formamos aqui, é o mesmo que vai trabalhar nos projetos de exploração de gás. Mas elas [as multinacionais] querem um aumento de competências na área de segurança”, referiu.

O governo moçambicano desenhou um programa para reforçar o currículo do ensino técnico em matérias de segurança e higiene no trabalho, como forma de responder às exigências. Não obstante a aposta no ensino técnico, Moçambique está a “direcionar cursos superiores para a área petrolífera”, referiu o ministro.

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“Por exemplo, a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) abriu um centro de excelência da indústria de petróleo e gás que formará mestres, numa primeira ocasião, mas presume-se que dentro de pouco tempo formará também doutores”, disse.

O executivo moçambicano está ainda a equacionar criar uma instituição de ensino superior em Cabo Delgado, onde estão a ser construídos os empreendimentos de exploração de gás natural que vai ser extraído do fundo do mar, ao largo da região, dentro de três anos.

O projeto envolve uma instituição de ensino superior das Maurícias, disse Nhambiu à Lusa. Além das Maurícias, a China é também um dos parceiros de Moçambique no ensino superior. Segundo o governante moçambicano, trata-se do país que mais bolsas dá a estudantes moçambicanos. “A China é um parceiro com o qual nós trabalhamos na formação dos nossos professores para o ensino técnico”, observou o governante.

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