Quando Cristiano Ronaldo chegou ao Real Madrid, no verão de 2009, Marcelo já era jogador dos merengues há cerca de um ano e meio. Foi contratado ao Fluminense durante o mercado de inverno de 2007, ainda pelo presidente Ramón Calderón, e foi um dos poucos que resistiu à revolução que Florentino Pérez empreendeu no plantel da equipa principal do Real Madrid assim que foi eleito para um segundo período enquanto líder do clube, com o objetivo de criar uma segunda geração de galácticos que fizesse esquecer a nostalgia ainda associada a Beckham, Ronaldo, Figo, Raúl e companhia. Ronaldo e Marcelo, que a par de Pepe e Kaká eram os únicos jogadores do plantel que falavam português, ficaram rapidamente amigos.

A amizade, contudo, sofreu provas ao longo dos anos e chegou a atravessar períodos de maior distanciamento, principalmente depois de o lateral brasileiro ter dito no começo de 2012 que o justo vencedor da Bola de Ouro relativa à temporada anterior seria Iker Casillas – o troféu acabou por ir parar às mãos de Lionel Messi, que teve mais votos do que Ronaldo e Xavi, mas o avançado português não terá gostado de que um dos amigos mais próximos não o tivesse apoiado publicamente. A zanga passou e os dois voltaram a ser praticamente inseparáveis, transportando o vínculo até para os filhos, que depois da meia-final da Liga dos Campeões da temporada passada, em que o Real Madrid bateu o Bayern Munique, deram espetáculo em pleno relvado e mostraram que, tal como os pais, se entendem às mil maravilhas dentro das quatro linhas.

Marcelo era um dos melhores amigos de Cristiano Ronaldo no balneário do Real Madrid

Em julho, quando se tornou oficial que Cristiano Ronaldo estava mesmo de saída de Madrid para se juntar à Juventus, Marcelo fez uma das declarações mais emocionadas – entre dezenas de mensagens de despedida de jogadores merengues – e garantiu que “já já” estariam juntos de novo. “É, mano, chegou a hora de dizer até logo…te juro que não imaginava que esse dia chegaria! (…) Vou sentir saudades das nossas resenhas antes dos jogos quando você acertava os resultados e antes das finais nos tranquilizava com a tua experiência e o carinho com os mais jovens! (…) Quando eu parar de jogar vou sentar no bar, tomar uma cerveja e vou contar várias histórias e mostrar todas as nossas histórias”, acrescentou o lateral brasileiro. E a verdade é que, ao que parece, o “já já” de Marcelo pode mesmo ser a curto prazo.

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Quem diria hein Cris!!!É mano chegou a hora de dizer até logo…Te juro q nao imaginava que esse dia chegaria!Mas…

Posted by Marcelo M12 on Thursday, July 12, 2018

De acordo com o Tuttosport, que esta quarta-feira faz capa com o tema, Marcelo terá tudo acordado para se transferir para a Juventus já na próxima janela de transferências. O jornal italiano acrescenta ainda que Nicolás Tagliafico, lateral argentino do Ajax, é o escolhido pelo Real Madrid para render o brasileiro e terá mesmo sido o agente do internacional de 26 anos a revelar todo o negócio. “O nome de Tagliafico está na lista do Real Madrid porque o Marcelo vai para a Juventus, mas ainda ninguém me ligou”, garante Ricardo Schlieper. A ida do lateral para o clube de Turim não é novidade nem surpresa: os rumores começaram a surgir logo após a saída de Ronaldo do Santiago Bernabéu, na altura associados a uma eventual ida de Alex Sandro para o Manchester United ou para o PSG. A teoria não se confirmou no verão passado nem no mercado de inverno que agora terminou – mas não por falta de vontade de Cristiano Ronaldo.

“O Marcelo é forte, abrimos as portas a bons jogadores e o Marcelo é um deles”, garantiu o avançado português numa entrevista à Gazzetta dello Sport no início de dezembro. O lateral brasileiro, que realiza atualmente a 13.ª temporada ao serviço do Real Madrid, conquistou quatro Ligas espanholas, quatro Ligas dos Campeões, quatro Mundiais de Clubes e ainda três Supertaças Europeias com os merengues (para além de duas Taças do Rei e três Supertaças espanholas) e pode estar agora à beira de partir para uma nova aventura em Itália. Já Tagliafico, que leva esta época 29 jogos pelo Ajax (quatro golos, cinco assistências), chegou à Holanda no verão de 2017 e já mereceu comparações ao compatriota Javier Zanetti que, tal como ele, deu os primeiros passos enquanto profissional no Banfield da Argentina.