Sergio Marchionne foi um dos mais carismáticos líderes da indústria automóvel na história recente. Sem “papas na língua”, o antigo CEO da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) nunca se inibiu de dizer o que pensava, mesmo que isso não fosse política ou institucionalmente correcto. Porém, a sua inesperada morte deu lugar a uma nova liderança, encabeçada por Mike Manley, que até ao falecimento do gestor italiano estava à frente da Jeep e da Ram. Ora, a última edição do Salão de Genebra permitiu perceber que, em pouco mais de seis meses, Manley tratou de “dar uns toques” à estratégia que foi ditada por Marchionne. Nomeadamente, para a Fiat.

À medida de cada um. Eléctrico da Fiat é um “mimo”

A marca transalpina surpreendeu tudo e todos no certame helvético ao apresentar um concept eléctrico, barato, e personalizável conforme o gosto e o orçamento de cada um. Há quem diga que o Concept Centoventi vai servir de base para a futura geração do Panda. Mas, mesmo que assim seja, continua a existir espaço para dois modelos: um 500 eléctrico e um sucessor do Punto.

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Não há mais carros baratos feitos em Itália. Só luxo

A primeira experiência do construtor italiano com um 500 a bateria cingiu-se ao mercado norte-americano, o que não a impediu de acumular prejuízos. A ponto de Marchionne quase ‘agradecer’ que não lhe comprassem este modelo, para evitar perdas de 20.000 dólares por unidade. Porém, as cada vez mais apertadas normas antipoluição obrigaram o próprio gestor italiano a rever a sua posição e, mais do que isso, a anunciar (um mês antes de falecer) que também a Europa teria direito a um 500e, com mais potência e autonomia. Nesta edição do Salão de Genebra, responsáveis da Fiat não só confirmaram o que Mike Manley já tinha feito saber (que o novo 500e vai ter direito a uma nova plataforma e ser produzido em Miriafori, Itália), como revelaram quando e onde poderemos conhecer o novo 500 eléctrico. Será já para o ano, precisamente na próxima edição do Salão de Genebra. Resta saber se será também esse o palco eleito para trazer de volta o Giardiniera.

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E quanto ao Punto? Aí parece que o novo “patrão” da FCA não concorda com o desaparecimento do modelo, com fontes da marca a avançarem que Mike Manley gostaria de voltar a colocá-lo de novo na rua. Recorde-se que, durante anos, o hatchback italiano teve mais de 500 mil unidades produzidas anualmente e garantiu um posto de trabalho a milhares de pessoas em Melfi.

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O site Autodato avança que, segundo o director de Marketing da Fiat, Olivier François, o hatchback pode regressar como um carro totalmente novo para o segmento dos compactos. Mas não será para já. Ou seja, depois do Punto final, as reticências. Só o tempo e os protótipos que forem apanhados em testes nos poderão vir a esclarecer quanto à pontuação certa.