Dentro de cinco anos, a catedral de Notre-Dame estará reconstruída. É esse o compromisso do Presidente francês, Emmanuel Macron, que falou à nação às 20h00 locais desta terça-feira, um dia depois do incêndio que devastou dois terços do teto e também o pináculo da torre central daquele que é, com 13 milhões de visitas anuais, o monumento mais visitado na Europa.

“Vamos reconstruir a catedral de Notre-Dame e fazê-la ainda mais bonita. E eu quero que isso seja cumprido daqui a cinco anos. Nós somos capazes e por isso vamos mobilizar-nos”, disse Emmanuel Macron, num curto discurso de oito minutos.

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Sentado à sua secretária no Eliseu, Emmanuel Macron procurou interpretar este momento como uma demonstração de união nacional, recorrendo para isso a alusões a momentos História do país e traçando paralelismos com o atual momento.

“Ao longo da nossa História, construímos cidades, portos, igrejas. Algumas foram queimadas, outras destruídas pelas guerras, revoluções ou pelos homens. E a cada vez — a cada vez! — nós reconstruimos tudo. O incêndio de Notre-Dame recorda-nos que a nossa História nunca se detém. Nunca. E que nós temos agora um desafio a ultrapassar”, disse.

Emmanuel Macron colocou, desta forma, a responsabilidade simbólica da reconstrução da catedral no povo francês. “É a nós, francesas e franceses de hoje, a quem cabe assegurar por mais tempo esta grande continuidade que faz a não francesa. E é por isso mesmo que esta noite quero, de maneira direta, falar-vos. Porque é o nosso dever hoje e é isso que temos de ter em mente, nada menos do que isso”, sublinhou.

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Emmanuel Macron falou ainda dos donativos que, tendo ultrapassado já a quantia de 600 milhões de euros, foram feitos para a reconstrução da catedral. “Cada um deu o que pôde, cada um no seu lugar, cada um com o seu papel”, enalteceu. “Esta noite, digo com força: nós somos um povo de construtores.”

O Presidente francês fez ainda uma alusão específica aos bombeiros que acudiram ao local do incêndio e também à capital francesa. “O fogo foi vencido, a muito custo. Os bombeiros chegaram ao incêndio, assumindo os riscos mais extremos. E eles tiveram ali, por nós, com o chefe deles, explorando os telhados devastados. Eles têm 20 ou 25 anos, e vêm de todos os lugares de França, de todos os meios”, descreveu. “Isto que nós vimos, ontem à noite, é Paris. É esta capacidade de nos mobilizarmos e nos unirmos para vencer.”

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