Compara-o a um vampiro, vê na sua ação uma aldrabice, chama-lhe caloteiro assumido. David Justino, vice-presidente de Rui Rio no PSD, não poupou críticas a Joe Berardo no programa em que participa habitualmente às quarta-feiras na TSF.

Dizendo que o empresário “viola tudo, os princípios básicos”, o ex-ministro da Educação do PSD vê em Berardo “o retrato de uma certa classe de empresários que são autênticos vampiros e que dão um péssimo nome aos próprios empresários”. O social-democrata diz mesmo que a inovação na ação de Berardo não está na criação de riqueza, na responsabilidade social ou na obra, mas sim na “aldrabice, na vigarice”.

“Nem é homem de boas contas nem é um bom pagador, é aquilo que se costuma dizer, um caloteiro assumido, assume que não paga”, mas “blindou-se recorrendo aos melhores advogados que possam existir de forma a não ser atingido”. David Justino referia-se a algumas das declarações de Berardo na sexta-feira, na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, como aquela em que disse não ter dívidas e ter ajudado os bancos.

Sem saber se “a comissão de inquérito retirou alguma coisa de jeito da declarações de Joe Berardo”, Justino concluiu que o que se viu foi “que o senhor preparou tudo para não ser atingido, fez as diatribes todas para não ser apanhado”. Assistiu-se a um “ataque às instituições políticas”, desde logo à Assembleia da República, onde ficou manifesta “a impotência do Estado e das instituições para lidar com este tipo de comportamentos”.

David Justino conta que enquanto ouvia Berardo havia uma pergunta que lhe ocupava a cabeça e que o mesmo terá acontecido a qualquer português que escutou o depoimento de Berardo: “Mas não há nada que se possa fazer a este senhor?”

No entanto, Berardo não é o único a merecer o dedo acusatório de David Justino que critica outras pessoas, sem dizer quais, pelo empréstimo milionário que está em dívida: “Tanto é ladrão aquele que rouba as uvas, como aquele que fica à porta da vinha”. E não perdeu a oportunidade para disparar na direção de José Sócrates: “Este tipo de ditos empresários — especuladores, para não lhes chamar algo mais grave — teve acolhimento político com uma época que coincidiu com o governo de José Sócrates”.

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