Perante o impasse político que resultou das eleições gerais de 28 de abril, uma maioria de 45,2% dos espanhóis prefere que o próximo governo seja de coligação — o que, a confirmar-se seria o primeiro na História da democracia do país vizinho.
Esta é uma das principais conclusões do barómetro do Centro de Estudos Sociológicos (CIS, na sigla espanhola) do mês de maio. Ao passo que 45,2% são a favor de uma coligação entre “vários partidos” no Governo de Espanha, a segunda hipótese mais consensual, com 38,2%, é a que aponta para um governo formado pelo partido mais votado (neste caso, o PSOE), mesmo que não tenha maioria absoluta no Congresso dos Deputados.
Há ainda 10,1% que não respondem com certezas e ainda outros 5,5% que defendem a convocatória de eleições antecipadas.
A sondagem determina ainda que, entre os 45,2% de inquiridos que defendem uma coligação de vários partidos, a solução preferida é a de um governo do PSOE com o Unidas Podemos, aliado ainda a partidos nacionalistas não-independentisas, como é, por exemplo, o caso do Coalición Canaria ou o Partido Nacionalista Basco. Entre aqueles que defendem um governo de coligação entre “vários partidos”, estes são 34,1%. Porém, na totalidade dos inquiridos, os que defendem esta solução de governo são apenas 15,4%.
Qualquer uma das outras soluções (PSOE com o Unidas Podemos mais os independentistas; PSOE com o Ciudadanos; PP com Ciudadanos e Vox; ou ainda PSOE com apoios pontuais) são ainda menos populares.
À pergunta sobre em quem votariam caso houve eleições no dia seguinte — sublinhe-se que a sondagem foi feita entre 1 e 11 de maio, ou seja, depois das eleições gerais mas antes das europeias —, 30,1% responderam que votariam no PSOE, voltando assim a dar novamente o primeiro lugar ao partido de Pedro Sánchez.
Mais razões de preocupação teria Pablo Casado, líder do PP, já que apenas 9,4% dos inquiridos disseram estar dispostos a votar no seu partido — o que o atira para quarto lugar na lista de preferências. Em segundo, passa a estar o Ciudadanos, de Albert Rivera, com 13,4%. Em terceiro, o Unidas Podemos, com 10,2%. Em quinto lugar, o Vox, com 4,4%.
Às percentagens de cada um destes partidos poderia ainda somar-se os inquiridos indecisos (6,4%) e ainda os 3,9% que não responderam.