Nürburgring continua a ter uma magia muito especial para a maioria dos construtores de automóveis. O traçado alemão onde Niki Lauda quase perdia a vida ao volante de um Ferrari, considerado demasiado perigoso para acolher as provas de F1, e que Jackie Stewart apelidou de Inferno Verde, exerce uma atracção brutal sobre os desportivos, que ali rumam para ver quem é o melhor, ao bater o tempo averbado pelos concorrentes.

Isto leva a que existam uma série de recordes em disputa, envolvendo sempre veículos produzidos em série, do SUV mais veloz ao desportivo com apenas tracção à frente, passando pela melhor berlina, superdesportivo e, até, o veículo eléctrico mais rápido no circuito de 20,8 km. A Volkswagen, por exemplo, é uma habitué da pista alemã, tendo mesmo produzido versões do Golf GTI (Club Sport) para chamar a si o ceptro entre os tracções à frente, que hoje pertence ao Mégane RS Trophy-R.

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Desta vez, a VW regressou a Nürburgring com outro objectivo, que consistia em ver até onde poderia chegar o I.D. R, o protótipo que construiu para vencer a rampa americana de Pikes Peak, onde bateu a concorrência e de onde saiu com o recorde da subida mais rápida, que acumulou com a melhor subida para protótipos eléctricos. Depois de brilhar na rampa, o I.D. R foi alvo de algumas alterações e de uma série de testes para o adaptar ao longo traçado germânico. O construtor não entrou em grandes detalhes, mas tudo indica que os dois motores eléctricos (um por eixo para garantir tracção integral) continuavam a fornecer 680 cv, o que parece muito pouco, mas ganha outra dimensão devido ao reduzido peso (apenas 1.100 kg) do chassi e carroçaria, exclusivamente em fibra de carbono.

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Com Romain Dumas ao volante, ele que já tinha dominado Pikes Peak, o I.D. R cumpriu a volta mais rápida em 6 minutos, 5 segundos e 336 milésimos, um valor espectacular para um carro – ainda que de competição, espartano e desprovido de qualquer tipo de luxo – de accionamento eléctrico, o que permite à VW reivindicar o melhor tempo entre veículos não poluentes. Para se ter uma ideia, a melhor volta no site oficial do circuito é pertença do Nio EP9, um veículo eléctrico de que se produziram apenas seis unidades, mas que não deixa de ser um veículo produzido em série e homologado para circular em estrada. Com 1.360 cv e 1.735 kg, o Nio rodou em 6.45,90, surgindo na 2ª posição entre os modelos capazes de circular em estrada, atrás do Lamborghini Aventador SVJ (6.44,97), mas à frente de superdesportivos como o Radical SR8 LM (6.48,00) ou o Lamborghini Huracán Performante (6.52,01).

Resta saber que novos desafios reserva a marca para o I.D. R, sendo certo que a primeira visita será a uma rampa na China. Mas o mais importante neste projecto do protótipo eléctrico são os conhecimentos que o construtor vai acumulando no que respeita à bateria, gestão eléctrica e regulação dos dois motores, uma vez que em matéria de chassi, suspensões e travões, ninguém põe em causa a competência da VW Motorsport, que depois de ganhar o Dakar, dominou como quis o Campeonato do Mundo de Ralis.

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