Estados Unidos e México chegaram a acordo para evitar a aplicação de taxas alfandegárias punitivas, que estavam previstas a partir de segunda-feira. O anúncio foi feito pelo Presidente norte-americano, na rede social Twitter. Donald Trump diz que o acordo foi assinado, ainda na sexta-feira, e que, assim, as taxas que tinha decidido aplicar, como sanção, estão “indefinidamente suspensas”.
I am pleased to inform you that The United States of America has reached a signed agreement with Mexico. The Tariffs scheduled to be implemented by the U.S. on Monday, against Mexico, are hereby indefinitely suspended. Mexico, in turn, has agreed to take strong measures to….
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 8, 2019
Em troca, o México, segundo Trump, “concordou tomar medidas fortes” para travar a entrada de migrantes da América Latina pela fronteira com os EUA.
Isto está a ser feito para reduzir consideravelmente ou eliminar a imigração ilegal que chega do México para os Estados Unidos. Detalhes do acordo serão revelados pelo Departamento do Estado”, explicou o Presidente norte-americano.
….stem the tide of Migration through Mexico, and to our Southern Border. This is being done to greatly reduce, or eliminate, Illegal Immigration coming from Mexico and into the United States. Details of the agreement will be released shortly by the State Department. Thank you!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 8, 2019
Isso mesmo viria a ser confirmado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano, que fala em “medidas sem precedentes”. O México “tomará medidas decisivas para desmantelar as organizações de contrabando e tráfico, bem como as suas redes ilícitas de transporte e financiamento”, disse Marcelo Ebrard, que esteve em Washington em longas discussões entre os dois países.
De acordo com a declaração conjunta, o México comprometeu-se ainda a reforçar a fronteira sul com mais membros da Guarda Nacional mexicana. Todos os migrantes que solicitam asilo nos Estados Unidos serão devolvidos ao México até que os seus pedidos sejam processados pelos tribunais dos EUA.
O acordo acontece depois de uma semana de ameaças. A Casa Branca queria que o México fizesse um controlo maior sobre o fluxo de migrantes centro e sul-americanos para os EUA. Ainda antes deste anúncio, e também através do Twitter, Trump tinha exprimido o seu otimismo, quando viajava da Europa para os EUA.
“Se formos incapazes de chegar a acordo, o México vai começar a pagar tarifas de 5% na segunda-feira!”, escreveu.
If we are able to make the deal with Mexico, & there is a good chance that we will, they will begin purchasing Farm & Agricultural products at very high levels, starting immediately. If we are unable to make the deal, Mexico will begin paying Tariffs at the 5% level on Monday!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 7, 2019
Esta mensagem de Trump marcava já uma alteração no tom em relação a declarações anteriores, no início de sexta-feira, quando a sua porta-voz, Sarah Sanders, disse à comunicação social na Irlanda, antes de começar o voo de regresso aos EUA: “A nossa posição não mudou. As tarifas vão começar a ser aplicadas na segunda-feira”.
O acordo foi alcançado ao terceiro dia consecutivo de negociações, com o Departamento de Estado a procurar um acordo que satisfizesse as exigências de Trump de o México aumentar acentuadamente os seus esforços de reduzir estes fluxos migratórios.
Se as duas partes não tivessem chegado a um acordo, as tarifas entrariam em vigor na segunda-feira, afetando todas as importações mexicanas, com taxas que começariam em 05%, subindo a cada mês até atingir 25% em outubro.
Atualmente, os Estados Unidos são o principal parceiro comercial do México, um país que exportou produtos no valor de 328 mil milhões de dólares (cerca de 300 mil milhões de euros) entre janeiro e novembro de 2018 para os EUA, representando quase 80% do total das vendas externas, sobretudo no setor automóvel e da alimentação.