A Polícia Judiciária (PJ) descobriu esta terça-feira ossadas humanas num terreno florestal na zona de Pedrogão Grande. A PJ crê que os restos mortais poderão ser de Joel Eldridge, cidadão inglês que está desaparecido desde agosto de 2018.

A PJ estava a investigar o desaparecimento do homem há um ano e as ossadas foram encontradas no âmbito da investigação por suspeita de crime de homicídio.

O cadáver foi localizado com equipamentos de georadar e “métodos técnico-científicos de arqueologia forense”. Os restos mortais que podem pertencer ao britânico vão ser autopsiados no Instituto Nacional de Medicina Legal, adianta o comunicado.

A polícia britânica também acredita que o cadáver seja do britânico Joel Eldridge, que estava dado como desaparecido há um ano.

“Sabemos que são necessários mais testes para confirmar que o corpo é o de Joel, mas suspeitamos que este seja o caso e demos a conhecer este desenvolvimento à sua família. Os nossos pensamentos estão com eles neste momento triste”, afirmou o inspector chefe Chris Friday, da polícia do condado de Sussex, num comunicado emitido na terça-feira.

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Joel Eldridge era um cidadão britânico residente em Bexhill, a sul de Londres, que se mudou para Portugal em janeiro de 2018 para trabalhar, instalando-se na localidade de Macieira, concelho da Sertã, tendo deixado de dar notícias à família desde meados de julho de 2018.

A Polícia Judiciária de Coimbra já tinha apontado que as ossadas têm uma “hipótese credível e séria” de pertencerem ao cidadão britânico. “As ossadas foram removidas para o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, onde vão ser sujeitas a exames e ver se se trata, ou não, desse cidadão [britânico]. É uma hipótese séria e credível, mas que carece ainda de informação científica”, explicou na terça-feira à agência Lusa fonte da Diretoria do Centro da PJ. A PJ também não descarta a hipótese de Joel Eldridge se tratar de um traficante de droga, visto que um dos três colegas com partilhava casa na Sertã foi detido por esse mesmo crime.

“O jovem comunicava com a família e deixou de o fazer. A família contactou a embaixada do Reino Unido e a informação acabou por chegar às autoridades portuguesas. Inicialmente, a situação foi encarada como um desaparecimento até voluntário”, explicou a mesma fonte. Contudo, após as primeiras diligências feitas no âmbito desse desaparecimento, em agosto de 2018, e após alguns elementos recolhidos, a PJ começou a admitir a possibilidade de o jovem estar a ser vítima de um crime grave, privado de liberdade, ou ter sido morto.

“A partir daí, cerca de um mês depois, a investigação foi direcionada para a Brigada de Homicídios, visto estar-se perante um crime de homicídio”, sublinhou. Segundo a PJ, houve sempre uma cooperação com as autoridades britânicas e a investigação continuou o seu curso normal até esta segunda-feira.

“Entretanto, foram recolhidos dados que permitiram chegar ao local (Pedrógão Grande). Chegamos à conclusão, com os elementos recolhidos, que poderia estar na zona, tendo resultado no aparecimento de um cadáver que pode ser esse cidadão [britânico]”, sustentou.

A mesma fonte adiantou que as investigações vão continuar o seu curso em estreita colaboração com as autoridades britânicas e realçou a colaboração da GNR e da Câmara de Pedrógão Grande, que deram “uma ajuda preciosa” em todo o processo.

Agentes da polícia de Sussex estiveram envolvidos na investigação e deslocaram-se a Portugal várias vezes, tendo também assistido a família na divulgação de um apelo público a informação em março, na altura do 30.º aniversário de Joel Eldridge.

A Polícia Judiciária está a investigar o caso em conjunto com as autoridades do Reino Unido.

Artigo atualizado às 12h00 do dia 7 de agosto com as declarações da polícia do Reino Unido