A “atitude aberta em relação aos estrangeiros”, a “sociedade livre de divisões criadas pelo populismo” e o “esquema de residência que oferece isenções de impostos a profissionais qualificados” fazem de Portugal um paraíso para a emigração, afirmou o Financial Times num artigo de análise publicado esta quinta-feira. Segundo o jornal, a taxa de criminalidade portuguesa — a mais baixa entre os países da União Europeia — é um dos trunfos nacionais para convencer estrangeiros a mudarem-se para cá.

É uma simbiose, sugere o Financial Times. Para os investidores, “numa era de políticas cada vez mais discordantes, a paz social percebida pelo país é vista como uma vantagem competitiva em comparação com o seu ambiente de negócios, força de trabalho qualificada e qualidade de vida atraente”.

E para Portugal, a imigração vem colmatar as baixas taxas de natalidade, o envelhecimento populacional e a diminuição do número de portugueses: “António Costa, primeiro-ministro, disse que a imigração é essencial para combater a crise demográfica do país, apelando num discurso recente para que a Europa ‘se mobilize contra o populismo e a xenofobia’“.

De acordo com Florbela Lima, sócia da consultora EY Portugal, o país é atraente como destino de emigração por causa da “estabilidade política e paz social”, escreveu ela num relatório daquela empresa: “Os principais fatores de decisão para o investimento foram a qualidade de vida e a estabilidade do clima social”, indica.

Ou seja, mesmo tendo em conta a modesta posição portuguesa nos rankings económicos no Fórum Económico Mundial, os imigrantes escolhem Portugal pelo estilo de vida que se tem por cá. É que, de acordo com o Índice de Paz Global, o país subiu na tabela e é já o terceiro país mais pacífico do mundo, apenas ultrapassado pela Islândia e Nova Zelândia.

À conta disso, contabiliza o Financial Times, no ano passado o número de estrangeiros residentes subiu para quase ao meio milhão de pessoas — um aumento de 93 mil novos residentes estrangeiros em relação a 2017.

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