O ministro do Ambiente do Japão, Yoshiaki Harada, defendeu que o país não tem alternativa para se ver livre das milhões de toneladas de água contaminada que ficou acumulada na central de Fukushima: “a única opção vai ser drená-la para o mar e depois diluí-la”.

Numa conferência de imprensa em Tóquio, citada pelo jornal britânico The Guardian, o ministro disse que “todo o governo ainda vai discutir” o problema, mas Harada quis deixar clara a sua posição.

A decisão do que fazer à água contaminada apenas será tomada depois de o governo receber um relatório de um comité de peritos. Em cima da mesa estão, ainda, a vaporização do líquido ou o armazenamento por um período mais alargado.

A Tokyo Electric Power (Tepco) — empresa que gere a central e que em 2012 admitiu que podia ter evitado o desastre —, tem tido dificuldade em lidar com a água contaminada desde o acidente.

Grandes quantidades de água subterrânea ficaram contaminadas depois de entrarem em contacto com a água usada para salvar os reatores nucleares, acabando por desaguar no Oceano Pacífico.

Hoje, a Tepco ainda guarda em mil tanques mais de um milhão de toneladas de água contaminada. Mas deixa de ter espaço para armazená-la no verão de 2022.

O desastre aconteceu em março de 2011, depois de um terramoto de 8.7 na escala de Richter ter gerado um tsunami que deixou a central de Fukushima em ruínas, obrigando à retirada de 160 mil pessoas. Um dos trabalhadores da central acabaria por morrer.

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Japão admite pela primeira vez que radiação causou a morte a trabalhador de Fukushima

A intenção do governo, já manifestada em 2017, deixa a indústria piscatória em alerta. E a Coreia do Sul já avisou para o impacto que o despejo poderá ter no marisco.

O Guardian recorda que o Japão está sob pressão para lidar com o problema antes de Tóquio receber os Jogos Olímpicos no próximo verão.