“Pensamento do dia: há gente a mais neste planeta. A maior parte desta não vale os recursos que consome. Cada vez mais tenho nojo destes semelhantes em espécie com que me vou cruzando e sou obrigada a partilhar o ar que respiro. Que venha uma praga que limpe esta merda de gente. Dixit”. Podia ser mais um duro desabafo que tantas vezes se lê nas redes sociais mas, neste caso, o desabafo é de alguém que já foi responsável pela concelhia do Porto do PAN, o partido liderado por André Silva. O PAN já repudiou estas palavras.
A publicação foi feita na rede social Facebook por Georgina Figueiredo Guarani-Kaiowá, pouco depois das 12h30 deste domingo. Georgina Figueiredo identifica-se nesta rede como tendo sido presidente do Conselho Local do Porto do PAN, o que mereceu já alguns comentários críticos: “Com militantes assim o PAN não precisa de inimigos!”. Já na rede social Linkedin, Georgina refere que foi Presidente da Concelhia do Porto e membro da Comissão Política Nacional do PAN entre julho de 2011 e dezembro de 2015.
A dureza das palavras e o facto de a autora se identificar como membro e responsável de um dos partidos que irá a votos nas próximas eleições fez com que o comentário começasse a ser partilhado nas redes sociais. Contactado pelo Observador, o partido liderado por André Silva reagiu em comunicado. Numa declaração escrita, a Comissão Política Permanente explica que “a pessoa em causa não pertence a nenhuma estrutura do PAN, não é filiada do partido, nem é verdade que esteja envolvida com a Concelhia do Porto ou com a Comissão Política Nacional”.
Na mesma declaração, o PAN explica que Georgina Figueiredo esteve, de facto, envolvida com aquela concelhia entre 2011 e 2015, “altura em que cessou a sua colaboração por divergências profundas de posições com a orientação política do PAN”. O partido acrescenta que “repudia integralmente as afirmações escritas no perfil pessoal do Facebook desta pessoa”. “Estão no extremo oposto dos valores defendidos pelo partido, que se orienta pelos princípios da não violência, da empatia, da não discriminação, da cooperação, do diálogo e do respeito entre todos”, conclui.
O Observador tentou falar com Georgina Figueiredo, mas até ao momento ainda não obteve qualquer resposta. Entretanto Georgina Figueiredo fez duas outras publicações no Facebook. Na primeira afirma ter sido alertada para o “zum-zum” que a sua publicação estava a gerar, justificando que a página de Facebook é dela e que pode escrever o quer e sente, e que não é filiada no PAN. Já depois da publicação da notícia voltou a escrever que é apenas “uma cidadã anónima”.
(Artigo atualizado às 19h00)