Um alerta da polícia sueca enviado para a GNR foi alvo de uma fuga de informação e acabou a ser divulgado nas redes sociais. O documento antecipava a chegada ao aeroporto de Faro, esta quarta-feira, de um cidadão de nacionalidade sueca condenado por pornografia infantil e abuso sexual de menores. O aviso foi também divulgado por Mário Machado no site da Nova Ordem Social, uma página de internet onde o líder da extrema-direita tem colocado outras imagens de suspeitos de crimes e que já foi alvo de um inquérito aberto pelo Ministério Público.
Ao Observador, Mário Machado admitiu que o documento lhe chegou por via de um militar da GNR, amigo de um “ativista” daquela organização. Quando confrontado se existem elementos policiais na Nova Ordem Social, Mário Machado admitiu que sim, embora não estejam registados por “motivos de segurança”. Fonte oficial da GNR confirmou ao Observador que foi aberto um inquérito para apurar a fuga de informação, “considerando a sua divulgação através de meios não convencionais”. Na mesma resposta, a GNR informa, no entanto, que o documento não é confidencial.
Na GNR, apenas os elementos da investigação criminal tiveram acesso ao aviso
Este tipo de documentos, soube o Observador, são habitualmente trocados entre forças de segurança de vários países. O objetivo é continuar a rastrear pessoas que já foram condenadas e alertar as polícias para os movimentos de entrada e saída. Além da GNR, também a PSP, a PJ e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras recebem os mesmos alertas. A polícia, no entanto, pode apenas monitorizar estes suspeitos e só intervém se cometerem um crime.
O aviso que está a circular em várias páginas do Facebook diz respeito a um homem de 58 anos, de nacionalidade sueca, que chegou ao aeroporto de Faro proveniente de Estocolmo, às 10h50 da passada quarta-feira, na companhia de outro homem. Tinha sido condenado na Suécia por crimes de pornografia infantil e abuso sexual de menores e saiu da prisão no dia 12 de maio deste ano. A polícia sueca alerta ainda que “continua a praticar os mesmos crimes”. No mesmo documento há uma fotografia do homem.
Ao que o Observador apurou, o documento em causa foi entregue a um número reduzido de pessoas. Apenas os inspetores da Alfândega, os inspetores do SEF e elementos da investigação criminal da GNR tiveram acesso ao documento.