Primeiro foi Pep Guardiola, depois uma série de companheiros de equipa, a seguir a antiga glória do Liverpool e da seleção inglesa John Barnes, ato contínuo Raheem Sterling. Uma brincadeira de Bernardo Silva nas redes sociais com o amigo e também jogador do Manchester City, Benjamin Mendy, acabou por levantar acusações de alegado racismo do português, que perante a abertura de inquérito por parte da Federação Inglesa de Futebol teve mesmo de pedir desculpa e justificar que tudo não passava de uma mera conversa com alguém próximo que conhece há alguns anos, numa versão corroborada pelo lateral. Defensores do esquerdino não faltaram mas, ainda assim, o médio ofensivo formado no Benfica não passou ao lado de todo o ruído que se foi criando.

“Não vejo a situação como um caso de racismo, de todo! É uma situação entre dois amigos, como todos sabem. Consigo perceber que algumas pessoas possam ficar ‘tocadas’ por aquilo mas parece-me que nesta situação foi apenas uma piada para o seu amigo. Ele não se está a referir ao tom de pele, nem aos seus lábios. O mais importante para mim é que ele não se referiu ao tom de pele”, defendeu no fim de semana Raheem Sterling, numa entrevista à BBC onde assumiu ter sentido o companheiro de equipa abatido com o sucedido.

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“É triste ver alguém como o Bernardo desanimado durante toda a semana, especialmente porque ele não é nada assim. Eles são bons amigos e é triste de se ver. Ele não está errado no que fez, mas ao mesmo tempo também percebo por que razão as pessoas entendem dessa forma. Na verdade, só temos de saber ser mais inteligentes nas redes sociais. Estamos numa época em que qualquer coisa que faças ou digas vai ser rapidamente julgado e é bastante triste ver isto. Ele tentou fazer uma piada e essa piada não foi a melhor, mas temos de seguir em frente e perceber que não foi intencional”, acrescentou o internacional inglês.

Fora de campo, Sterling defendeu Bernardo; dentro do mesmo, no Etihad Stadium, defendeu o Manchester City mas também o companheiro português: depois de substituir o esquerdino, o inglês conseguiu finalmente quebrar a resistência do Dínamo Zagreb (que começou a fase de grupos com uma goleada frente à Atalanta) com o primeiro golo aos 66′ e fez ainda a assistência para o jovem médio Phil Foden fechar as contas do jogo no quinto minuto de descontos, reforçando a liderança do bicampeão da Premier League no grupo numa partida que contou também com Cancelo e que ficou marcada pelos mais de 80% de posse de bola dos visitados.

No outro encontro do grupo, o Shakhtar Donetsk do treinador português Luís Castro arrancou uma vitória fundamental para aspirar aos oitavos da Champions na deslocação a Itália para defrontar a Atalanta, grande revelação da última Serie A: apesar de terem começado a perder com um golo do inevitável Zapata, os ucranianos empataram ainda antes do intervalo por Júnior Moraes (41′) e chegaram ao dramático triunfo no quinto minuto de descontos, com Solomon a fazer o 2-1 que gelou a casa emprestada de San Siro, em Milão.