O Instituto Português de Oncologia de Lisboa, o Governo e a Câmara de Lisboa manifestaram esta quarta-feira o desejo de que o novo edifício de cuidados ambulatórios do IPO seja uma realidade em 2023, ano do centenário da instituição.

“O projeto do novo edifício de ambulatório continua de pé e espero que na altura do centenário já se possa usufruir desse novo edifício”, disse à agência Lusa o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, à margem da apresentação da “Agenda Solidária IPO 2020”, que visa angariar fundos para a construção deste edifício.

Presidente do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil durante mais de seis anos, cargo que deixou há um ano para voltar ao Governo, Francisco Ramos recordou que o projeto de “um novo IPO” está em cima da mesa desde 2001, tendo conhecido “variadíssimas localizações”.

“O que foi possível fazer foi melhorar estas instalações que estão quase a comemorar 100 anos”, mas vai continuar a ser necessário “melhorar o IPO” nos próximos anos a nível de equipamentos e instalações”, disse Francisco Ramos, autor de um dos 12 textos publicados na agenda, que desafiou os 12 autores a escreverem sobre a “alegria das pequenas coisas”.

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“Infelizmente, a doença oncológica está longe de nos dar trégua e, portanto, aumentar a capacidade do IPO para tratar os doentes vai ser indispensável”, disse Francisco Ramos, que afirmou perante o auditório que era com “muito gosto e até saudade” que regressou ao IPO, onde passou uma “parte boa” da sua vida.

Na cerimónia, Sandra Gaspar, vogal do IPO, afirmou que oito anos depois das “grandes modificações” feitas no instituto, o novo edifício “é neste momento o projeto talvez mais emergente e mais prioritário do IPO”, que disse esperar ver concluído em 2023.

Esta posição é sustentada pelo presidente do instituto, João Oliveira, afirmando que este edifício é “uma peça extraordinariamente importante na atividade do IPO”.

Atualmente fazem-se em ambulatório muitas atividades que há poucos anos obrigavam ao internamento dos doentes”, mas isso precisa de uma estrutura fácil de utilizar, que “muito dificilmente é compatível com a estrutura atual, que obriga os doentes em ambulatório a deslocarem-se a diferentes sítios do instituto, o que cria problemas organizativos”, disse João Oliveira à Lusa.

“Quando tivermos o edifício novo, gizado especificamente para a atividade de ambulatório poderemos até aumentar a complexidade daquilo que fazemos em ambulatório com outra comodidade para os doentes”, sustentou.

Sobre quando arrancam as obras, João Oliveira disse que ainda não há previsão. “Estamos em fase de aprovar a última alteração que houve ao projeto, que já é muito antigo e teve diversas vicissitudes ao longo dos anos, e estamos também na fase de completar a garantia dos fundos necessários à sua construção”.

O terreno para a construção do novo edifício, orçado em 30 milhões de euros foi cedido pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), que marcou esta quarta-feira presença na cerimónia, com o seu presidente, Fernando Medina, que também escreveu um texto para a Agenda Solidária.

Em declarações à Lusa, Fernando Medina afirmou que a autarquia tem feito “o melhor” que pode para que o novo edifício seja construído até 2023.

Temos feito o melhor que podemos para contribuir para esse objetivo e vamos continuar a fazê-lo em conjunto para que este novo edifício de ambulatório do IPO possa ver a luz do dia, servindo melhor a cidade, o país e os doentes que recorrem a esta extraordinária instituição”, afirmou o autarca.

A CML quando trabalhou com o IPO e o Ministério da Saúde no projeto de ampliação do edifício teve sempre a “grande preocupação” de que este tivesse uma frente para o jardim, o que vai acontecer através de um acesso direto.

Segundo Fernando Medina, o jardim, que deverá abrir em meados de 2020, tem uma dimensão semelhante ao Jardim da Estrela, ocupando a zona que vai da avenida dos Combatentes até ao Teatro da Comuna.

Avançou ainda que está prevista a construção de uma ponte pedonal que ligará o jardim da Praça de Espanha ao jardim das Fundação Calouste Gulbenkian, que será também alvo de uma ampliação até à zona da Marquês da Fronteira.