A agência norte-coreana KCNA publicou esta quarta-feira um conjunto de fotografias que mostram Kim Jong-un montado num cavalo branco na montanha de Paektu, um local considerado sagrado na Coreia do Norte. Mas este não é um simples passeio a cavalo. Os conselheiros que o acompanharam creem estar para breve uma “grande operação”, uma vez que o líder norte-coreano por várias vezes visitou a montanha antes de tomar importantes decisões políticas.
As fotografias mostram Kim Jong-un em cima de um cavalo, entre árvores, numa montanha coberta de neve. Paektu, com 2750 metros, é o ponto mais alto da Península Coreana e considerado local de culto, uma vez que, segundo a mitologia coreana, foi onde nasceu Dangun, fundador do primeiro império coreano, há cerca de 4.000 anos.
Paektu continua a ser um ponto de grande relevância para a Coreia do Norte por ser um símbolo comum na propaganda do regime de Pyongyang e porque terá sido também aqui que Kim Il-sung — avô de Kim Jong-un — usou estas mesmas montanhas como refúgio durante a ocupação japonesa.
Contudo, o passeio e a divulgação das imagens não parecem surgir em vão. Vários conselheiros de Kim Jong-un, citados pela agência KCNA, acreditam que haverá em breve “uma grande operação” que vai “abalar o mundo” e “dar um passo em frente na revolução coreana”, sem esclarecerem qual seria a operação em causa.
Analistas da Coreia do Sul, citados pelo NK News, disseram que os detalhes da visita de Kim a Paektu podem estar relacionados a eventos mundiais atuais — particularmente as negociações nucleares paralisadas com os EUA.
Pyongyang sem interesse em negociações se Washington não mudar política
Especialistas também disseram ao NK News que as imagens do relatório divulgado pela KCNA — nas quais é possível ver o líder norte-coreano montando um cavalo branco, no topo de uma montanha pintada a branco — evocam poder e nostalgia. O cavalo branco, em particular, é uma referência a Kim Il Sung.
“Fazia parte da imagem dele e há um capítulo no seu livro de memórias dedicado a um cavalo branco”, lê-se na notícia.