Quando Mo Robinson, um homem irlandês de 25 anos, conduzia o camião na auto-estrada M20, em Essex, no Reino Unido, e foi mandado parar pela polícia perto da zona de Ashford, a fila de trânsito intensificou-se. E durante algumas horas não andou mais: dentro do atrelado frigorífico do seu camião, as autoridades encontraram os cadáveres de 39 pessoas. Mo Robinson foi detido e é agora suspeito de homicídio.
A polícia está a investigar se o camionista esteve ou não envolvido na morte destas pessoas e se trata de um caso de tráfico de pessoas. Segundo o The Telegraph, poderá ter sido o próprio irlandês a alertar as autoridades para a situação e fontes próximas à investigação indicaram mesmo que será “muito improvável” que Mo Robinson tivesse conhecimento de qualquer plano relacionado com tráfico de pessoas.
A família do suspeito já viajou para o Reino Unido e disse estar “confusa”, uma vez que ainda não conseguiu falar com o irlandês e não sabe “o que se está a passar”. Robinson é um amante de camiões. Em várias publicações nas redes sociais, conta o El Español, o condutor surgia com o camião que conduzia esta quarta-feira, referindo-se muitas vezes a ele como o “Expresso Escandinavo” ou o “Expresso Polar”. “Escolhe uma profissão que ames e não terás de trabalhar nem um dia na tua vida”, lê-se numa das publicações que fez nas redes sociais, acompanhada da fotografia de um camião.
Robinson estudou manutenção e reparação de veículos leves no Southern Regional College e viajava com frequência para países como a Dinamarca e a Suécia. Até ao ano passado, o jovem trabalhava para a empresa de transportes PCT International, mas mais recentemente decidiu começar a trabalhar como motorista independente. Depois da notícia, os camionistas da Irlanda do Norte já vieram demonstrar o seu apoio ao colega que, dizem, está a ser vítima de uma injustiça. “Ele foi o condutor detido injustamente pela morte de 39 pessoas e o pobre rapaz foi enforcado pelos media”, escreveram, acrescentando que as autoridades “entenderam tudo mal”.