Os médicos da urgência do Hospital Garcia de Orta já acumularam este ano mais de 300 horas de trabalho extraordinário cada um, o dobro do máximo permitido por lei, segundo a Ordem dos Médicos.

O bastonário da Ordem escreveu uma carta ao conselho de administração do Hospital Garcia de Orta, em Almada, a dar conta da “profunda preocupação” com a tomada de posição dos chefes do serviço de urgência geral e dos especialistas de medicina interna daquele hospital.

Estes médicos escreveram à Ordem a manifestar a sua indignação “perante a situação crítica que vivem nos respetivos serviços”, referindo que estão “no limite da capacidade de resposta” e que está “altamente comprometida a segurança do doente e a qualidade do atendimento” à população.

“Os próprios profissionais mostram-se conscientes do risco que esta situação representa para a população”, indica a Ordem dos Médicos na carta escrita à administração do Garcia de Orta.

O bastonário salienta que os profissionais que asseguram a urgência já acumularam, em média, mais de 300 horas de trabalho extra este ano, ultrapassando em dobro o número máximo permitido por lei.

Para a Ordem, não é alheio à situação denunciada pelos médicos de medicina interna e chefes de urgência o facto de a urgência pediátrica encerrar temporariamente nalguns períodos noturnos ou ainda a alteração do circuito do doente que até aqui eram observados em cirurgia geral e que passaram a ser uma sobrecarga para a medicina interna.

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