Uma antiga base militar norte-americana, abandonada em 1967, revela agora que a Gronelândia perdeu a capa de gelo numa altura em que o clima era equivalente ao de hoje em dia, há mais de 400 mil de anos, noticia o jornal La Vanguardia.

Camp Century começou a ser construída em 1959 com o objetivo de estudar o Ártico, mas três anos depois, durante a Guerra Fria, foi reconvertida numa base para esconder mísseis balísticos. Não serviu esta função e, aparentemente, não serviria para nada, mas deixou um túnel de 1,3 quilómetros de comprimento que se pode mostrar útil para estudar aquela região.

No anos 1990, dois investigadores da Universidade de Copenhaga recolheram gelo e sedimentos de Camp Century, mas não chegaram a analisar todos os frascos recolhidos. Agora, tiraram os frascos da gaveta e enviaram-nos a investigadores na Universidade da Colômbia. O resultado: a Gronelândia pode ter estado sem gelo até há 400 mil anos durante um período mais quente entre duas idades do gelo.

Estudo. Correntes mais quentes no oceano estão a derreter massas de gelo da Antártida

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Nas amostras também encontraram ADN de plantas que teriam prosperado com temperaturas de verão na ordem dos 10 graus Celsius. Essa é mais ou menos a temperatura que se regista atualmente, o que reforçar a ideia de que o gelo da Gronelândia se encontra em risco.

Os frascos podem ainda encerrar mais segredos sobre como era a Gronelândia numa altura em que não estava coberta de gelo.

Correção: 400 mil anos