O ministro da Administração Interna assistiu esta terça-feira no Seixal a um exercício europeu de proteção civil, que testou a capacidade de resposta a desastres naturais, defendendo que a “entreajuda” na Europa é “fundamental” para fazer face a emergências.
“O trabalho conjunto envolvendo todos os países europeus em torno de um conceito de proteção civil é fundamental, quer na dotação da Europa com meios de entreajuda relativamente a incêndios, quer para nos prepararmos para ocorrências como sismos, tsunamis ou epidemias de grande dimensão”, disse Eduardo Cabrita a jornalistas durante o exercício Eu Modex, que reuniu mais de 400 operacionais que testaram a capacidade de resposta a um sismo que afetaria a cidade de Lisboa e a Península de Setúbal.
“Fizemo-lo de propósito nesta região, recriando um cenário que está no imaginário de todos os portugueses, o grande terramoto de Lisboa do século XVIII, seguido de um tsunami”, explicou.
Eduardo Cabrita estabeleceu um paralelismo com os grandes incêndios de 2017, lembrando como a catástrofe obrigou o Governo a “reforçar a preparação, a reforçar a aposta na prevenção, a evitar riscos e a realizar ações” que preparem o país não só para os incêndios, mas também para outros desastres naturais.
O exercício foi organizado pela Guarda Nacional Republicana (GNR) e decorre até quinta-feira no centro de capacitação desta força, no Fogueteiro, no Seixal, contanto com a participação de operacionais de Proteção Civil da Dinamarca, Roménia, Holanda, Espanha e Grécia.
No simulacro, a ajuda internacional foi acionada depois de um sismo que causou o desabamento de vários edifícios e vários acidentes rodoviários, obrigando a resgate de vítimas presas em escombros.
“O objetivo é treinar não só a parte operacional, mas também a cooperação. Se conseguem trabalhar em conjunto, se têm uma dinâmica de grupo que permite trabalhar com outros módulos que não seja só os do país de que vêm”, explicou o tenente do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS), da GNR, Marco Marques.
A assistir ao exercício esteve também o comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, que destacou como, apesar dos idiomas diferentes, as equipas “coordenaram-se perfeitamente”, até porque todas têm a “linguagem da proteção civil”.
“Eles partilham o nosso objetivo comum: proteger e salvar vidas. Reforçar a solidariedade europeia e tornar a proteção civil europeia mais eficaz e mais eficiente. O que vimos aqui, no Eu ModeX, é a melhor cooperação europeia”, frisou.
Quando questionado pelos jornalistas sobre se Portugal está preparado para combater desastres naturais, o comissário advertiu que “não há complacência quando se fala em desastres naturais”, mas afirmou que os portugueses “podem sentir-se orgulhosos das autoridades nacionais”.