A idade e o insucesso em cumprir os principais objetivos do Partido Democrático Republicano ditaram um ponto final numa história com mais de cinco anos. António Marinho e Pinto anunciou esta segunda-feira que não se vai recandidatar à liderança do partido que fundou em 2014 nas próximas eleições, que devem decorrer já no início do próximo ano.
Duas razões para deixar a liderança. Primeira: vou agora fazer 70 anos. Segunda: falhei os projetos que tinha como líder do partido. Não consegui ser eleito deputado para o Parlamento Europeu, nem para a Assembleia da República, que era o mais importante. Portanto, por estes dois motivos, acho que 70 anos é uma idade boa para deixar a atividade política”, considerou o advogado em declarações ao Observador.
Desta forma, o advogado afirma que quer abrir as portas aos mais novos. Marinho e Pinto assume falhas de comunicação e na transmissão da mensagem do partido e considera que essa é uma missão para “os jovens”. “Acho que a atividade política deve ser feita sobretudo por jovens, por pessoas que têm uma visão de futuro. A atividade política deve ser feita por pessoas que têm um futuro maior do que o seu passado, e não por pessoas que têm um passado maior que o seu futuro”.
Ao Observador, António Marinho e Pinto não adianta nomes para a cadeira de presidente, mas deixa uma garantia: “Aqueles que o PDR escolher, serão os melhores. Que as pessoas que vierem aí tenham mais sucesso do que aquele que eu tive à frente do partido”. O advogado continuará ainda no PDR como militante, “porque não há razões nenhumas para sair”.
Planos para o futuro? “Continuarei a olhar para a sociedade portuguesa, para o espetáculo. Mas agora de uma forma mais distanciada. Vou observar, contemplar à distância. Através das televisões, com uma bebida na mão”, garante.
Ao Observador, o ainda líder do Partido Democrático Republicano deixou duras críticas a PS e PSD. “Os portugueses ainda não viram que quer o PS, quer o PSD não são a solução para nenhum dos problemas, porque eles são a causa de todos os problemas que a sociedade portuguesa hoje atravessa”. O advogado acusa os dois partidos de “regionalizar” o país, e tudo “em nome das vítimas”.
Nas últimas legislativas, o PDR alcançou 0,23%, o que corresponde a 11.674 votos, de acordo com o mapa oficial publicado em Diário da República.
Artigo atualizado às 22h00 com as declarações de António Marinho e Pinto ao Observador.