A Coreia do Norte anunciou este domingo ter realizado um “teste muito importante” no local de lançamento de mísseis de longo alcance, defendendo que terá um efeito fundamental na futura posição estratégica do país.

A Agência Central de Notícias da Coreia avançou que o teste foi realizado no Campo de Lançamento do Satélite Sohae na tarde de sábado. Os resultados dos testes terão “um efeito importante na mudança da posição estratégica (…), mais uma vez num futuro próximo”, sublinhou a agência.

A informação não continha qualquer detalhe sobre a natureza do teste.

O teste ocorreu num momento a Coreia do Norte tem aumentado a pressão sobre os EUA para fazer concessões no âmbito de negociações nucleares que não têm conhecido qualquer desenvolvimento após a cimeira falhada entre o líder norte-coreano e o Presidente dos Estados Unidos, em Hanói.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A arte do negócio de Trump não chegou para convencer Kim — mas o processo é longo

A ONU proibiu a Coreia do Norte de lançar satélites porque tal é considerado um teste da tecnologia de mísseis de longo alcance. Após repetidas falhas, a Coreia do Norte conseguiu colocar um satélite em órbita pela primeira vez em 2012, num lançamento que ocorreu no mesmo local. A Coreia do Norte teve outro lançamento bem-sucedido de satélite em 2016.

Nas Nações Unidas, numa declaração divulgada pelo embaixador da Coreia do Norte na ONU, sublinhou-se que a desnuclearização “já havia saído da mesa de negociações”, sendo que foi dado um prazo até ao final de ano, estabelecido pelo líder Kim Jong-un, para concessões substanciais dos EUA ao nível da diplomacia nuclear.

O Presidente dos EUA foi acusado de perseguir persistentemente uma “política hostil” pelo embaixador norte-coreano, que frisou ainda que as declarações de Washington são motivadas apenas pela “sua agenda política doméstica”.

A declaração de Kim Song foi uma resposta à condenação de seis países europeus, na quarta-feira, dos 13 lançamentos de mísseis balísticos da Coreia do Norte realizados desde maio.

O representante norte-coreano na ONU acusou os europeus — França, Alemanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Polónia e Estónia — de desempenharem “o papel de cão de estimação dos Estados Unidos nos últimos meses”, considerando a posição destas nações como “mais uma provocação séria”.