Um dos suspeitos do ataque à produtora de Porta dos Fundos, identificado no início da semana como Eduardo Fauzi Richard Cerquise, saiu do Brasil na tarde de 29 de dezembro, pouco antes da expedição do mandado de prisão contra si, avançou o canal televisivo Globo.
A situação já foi comunicada à Interpol, polícia internacional, segundo a polícia do Rio de Janeiro. As autoridades brasileiras anunciaram que realizaram na manhã de terça-feira buscas em dois endereços residenciais e dois comerciais ligados ao suspeito, mas que não localizaram o homem. “Nós monitorizamos os veículos usados durante o ataque. O autor identificado saiu de um dos veículos durante a fuga e pegou um táxi. Foi expedido um mandado de prisão temporária de 30 dias contra ele, que, no decorrer das investigações, pode ser renovado”, detalhou na ocasião a Polícia Civil na rede social Twitter.
No decorrer das buscas, os agentes apreenderam 119 mil reais (26 mil euros), munições, uma arma falsa, computadores e uma camisola de uma “entidade filosófica e política”. Ainda de acordo com as autoridades, o homem identificado era o único dos cinco suspeitos que não usava capuz no momento do ataque, em 24 de dezembro. “O Eduardo [suspeito identificado] tem um perfil violento, antagónico. Ele tem livros ligados à religião cristã e ao islamismo. Ele é empresário, de classe média alta”, disse o delegado da Polícia, Marco Aurélio de Paula Ribeiro
Polícia brasileira identifica o principal suspeito do ataque à Porta dos Fundos
De acordo com a agência de notícias Efe, o empresário suspeito do ataque é filiado desde 2001 no Partido Social Liberal (PSL), a força política pela qual o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi eleito no final de 2018. Entretanto, há cerca de dois meses, Bolsonaro abandonou o PSL por divergências com outros dirigentes e anunciou a intenção de formar um novo partido.
Eduardo Fauzi Richard Cerquise integrava também a Frente Integralista Brasileira (FIB), um dos principais grupos nacionalistas e de extrema-direita do Brasil, e que se define como defensora dos valores cristãos, a propriedade privada e a família, que se demarcou das suspeitas que recaem sobre o empresário, tendo anunciado ainda a sua expulsão do grupo.
De acordo com a Globo, o suspeitou viajou para Moscovo, capital da Rússia, onde se encontra parte da sua família, nomeadamente a sua mulher e o filho menor.