O ator Kirk Douglas morreu esta quarta-feira, avança a People. Douglas tinha 103 anos e contava com uma carreira com mais de 60 no cinema. Considerado uma das maiores lendas de Hollywood, recebeu um Óscar Honorário pela sua carreira em 1996.

Kirk Douglas: muito mais que um queixo

Kirk Douglas ficou conhecido por filmes como “Spartacus” (1960), escrito por Dalton Trumbo, “Champion” (1949) ou “Dois Homens… Dois Destinos”, tendo trabalhado com atrizes como Lauren Bacall, Doris Day e outros dos grandes nomes do cinema como o realizador Stanley Kubrick.

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Michael Douglas, também ator e filho de Kirk Douglas, disse num comunicado: “Para o mundo, ele era uma lenda, um ator da era de ouro dos filmes que viveu bem até aos seus anos dourados, um humanitário cujo compromisso com a justiça e as causas nas quais acreditava estabeleceram um padrão para todos almejarmos alcançar”. E continua: “Mas para mim e para os meus irmãos Joel e Peter ele era simplesmente o Pai, para Catherine um maravilhoso sogro, e para os seus netos e bisneto o seu avô adorável, e para sua esposa Anne, um marido maravilhoso”.

A vida de Kirk foi bem vivida, e ele deixa um legado no cinema que perdurará pelas gerações vindouras, e uma história como um filantropo de renome que trabalhou para ajudar o público e trazer paz ao planeta. Deixem-me terminar com as palavras que lhe disse no seu último aniversário e que sempre permanecerão verdadeiras. Pai, gosto muito de ti e tenho muito orgulho em ser seu filho”, escreveu Michael Douglas, filho do ator.

Como escreveu o crítico do Observador Eurico de Barros, a 30 de agosto de 2016, quando Douglas fez 100 anos, o autor era “uma das últimas glórias vivas”. “O filho de judeus emigrados da agora Bielorússia, e instalados em Nova Iorque, único rapaz entre seis irmãs, cujo pai andava ao trapo nas ruas (em memória deste, Douglas intitulou a sua autobiografia “Ragman’s Son”, “Filho do Trapeiro”)”, como escreveu o crítico, foi nomeado ao longo da carreira três vezes para os Óscares.

Os filmes de Kirk Douglas que não vamos esquecer

Nos anos de 1940 Kirk Douglas começou por atuar na Broadway tendo parado para servir na Marinha dos EUA em 1941. Douglas chegou a contracenar com John Wayne em três filmes e, em 1979, partilhou o ecrã com Arnold Schwarzenegger no início da carreira deste ator.

Em 1981, Kirk Douglas recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior condecoração que pode ser dada a um civil no país, pelo então presidente dos EUA Jimmy Carter.

Como escreveu o escritor e crítico literário Bruno Vieira Amaral, “embora não sendo o mais versátil dos atores – talvez até mais pela covinha do queixo – Kirk Douglas fez noirs westerns, dramas e filmes de guerra, comédia e peplum e, ao longo da carreira, contracenou com estrelas de primeira grandeza como Barbara Stanwyck, Lauren Bacall, Doris Day, Kim Novak, Jane Wyman, John Wayne, Eleanor Parker, Anthony Quinn, Laurence Olivier, Yul Brynner e Burt Lancaster, com quem trabalhou em sete filmes, o último dos quais já nos anos 80, ‘Os Duros’.”

Recordando o “lado polémico e combativo” de Douglas, que se refletia na escolha dos papéis (sendo muitas vezes de personagens difíceis e desagradáveis), Buno Vieira Amaral lembra ainda os seus excessos temperamentais, muitas vezes atribuídas à genética, à “alma russa”, como também referiu Bénard da Costa.

Kirk Douglas nasceu a 9 de dezembro de 1916 no estado de Nova Iorque. Em 1943 casou-se com atriz Diana Dill, com quem teve dois filhos. Depois de se divorciar de Diana em 1951, em 1954 casou com Anne Buydens. O nome de nascença de Michael Douglas é Issur Danielovitch Demsky.