A Pagani substituiu o lendário Zonda em 2011, com o lançamento do Huayra, um superdesportivo que serve de base às variantes Roadster e BC, além de já ter dado corpo a algumas edições especiais, todas elas com um reduzido número de exemplares para aumentar as margens do fabricante italiano e a exclusividade oferecida ao cliente. Agora surge a enésima série, denominada Pagani Imola, em homenagem ao circuito onde o coupé italiano foi desenvolvido.

Embora homologado para circular na via pública, o Pagani Imola, mais radical e exclusivo que o próprio Huayra BC (20 unidades a 2,3 milhões de euros cada), foi projectado para as pistas e será produzido numa edição limitada a apenas cinco unidades. Por cada uma, o argentino Horacio Pagani cobra 5 milhões de euros, sem incluir impostos e fora os extras e a personalização solicitados pelo cliente. Qualquer coisa como o equivalente a 318 Renault Clio, na versão de entrada Intens, com a vantagem de que, neste caso, basta um lugar na garagem para estacionar… Mas não deverá ter sido esse o motivo que levou a que todas as unidades encontrassem rapidamente dono. Um deles é Oleg Egorov, fundador e proprietário da TopCar Design, uma empresa de tuning com enfoque no luxo.  O russo partilhou no Instagram a sua mais recente aquisição, que irá fazer companhia a outro Pagani da sua colecção, um Zonda exemplar único e, por isso mesmo, apropriadamente denominado “Unica”.

https://www.instagram.com/p/B11Pg3Fp7sb

A Pagani só vai revelar o Imola aos olhos do público na próxima edição do Salão de Genebra, cujas portas se abrirão a 5 de Março, caso o certame não seja cancelado devido ao coronavírus. Mas, entretanto, já desvendou os principais argumentos da sua mais recente criação.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O desportivo deve a denominação ao traçado italiano de Imola, onde morreu Ayrton Senna. Foi aí que foi desenvolvido, tendo percorrido cerca de 16 mil quilómetros. Uma distância que equivaleria, como termo de comparação, a disputar três vezes as 24 Horas de Le Mans. Sob o capot, em posição central (60º), continua o V12 de origem Mercedes-AMG, mas o 6,0 litros sobrealimentado passa agora a oferecer mais 63 cv do que no Huayra BC, totalizando 827 cv e 1100 Nm de binário máximo, enviados para o eixo traseiro através de uma caixa automática de sete relações XTRAC, com diferencial electromecânico. A Pagani não divulgou prestações, mas é fácil imaginar que os 100 km/h são alcançados antes de o cronómetro chegar aos 3 segundos, devendo a velocidade máxima ascender a 360 km/h. Daí que também os travões Brembo tenham sido optimizados.

Foi precisamente visando a performance que o fabricante de Modena deitou mão a um impressionante kit aerodinâmico, com destaque para as protecções à frente e atrás, a adição de um enorme extractor de ar e alterações no spoiler traseiro e nas saias laterais, sem esquecer uma nova geometria da suspensão, para reduzir o “mergulho” durante as travagens e, assim, atacar mais tarde as curvas. O monocoque foi construído com uma nova fórmula de combinar fibra de carbono e titânio, para reduzir o peso e aumentar a rigidez torcional e flexional. Quanto ao peso, e porque embora se tratem de unidades matriculáveis, a preocupação da Pagani chegou a ponto de introduzir o Acquarello Light, um novo sistema de pintura que reduz o peso da tinta em 5 kg. O resultado acusa 1246 kg sobre a balança.