O Governo moçambicano anunciou esta terça-feira que o surto de cólera que matou pelos menos 12 pessoas em Cabo Delgado, Norte do país, está quase controlado, assinalando a abertura de três centros de tratamento criados para tentar travar a doença.

“A situação está a estabilizar-se e nos últimos dias tivemos apenas o registo de 12 novos casos, um número reduzido comparado com os números que estávamos a registar nos dias anteriores”, disse Filimão Suazi, porta-voz do Conselho de Ministros, momentos após uma sessão do órgão em Maputo.

No total, até agora, as autoridades moçambicanas registaram 297 casos nos distritos de Mocímboa da Praia, Macomia e Ibo, regiões que tem sido afetadas pelo mau tempo que se regista em Cabo Delgado, tendo deixado uma parte da província isolada com corte da principal estrada do norte da província.

Filimão Suazi disse que as autoridades montaram três centros de isolamento e tratamento, como parte das estratégias para travar o surto na província.

Os serviços de saúde da província estão também a fazer campanhas de sensibilização, limpeza e distribuição de purificadores de água, visando reduzir o impacto do surto da cólera em Cabo Delgado.

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“A situação está muito próxima de ser controlada”, concluiu.

O mau tempo que se regista na província afetou mais de 10 mil pessoas, além de destruir várias infraestruturas, com destaque para o desabamento da ponte sobre o rio Montepuez.

Entre os meses de novembro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.

A atual época das chuvas em Moçambique, de outubro a abril, já matou 54 pessoas, devido a desastres naturais (sobretudo raios e inundações), e afetou cerca de 65 mil, muitas com habitações inundadas, segundo dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.