Enquanto a Organização Mundial de Saúde declarava a propagação do Coronavírus como pandemia e o Conselho Nacional de Saúde português reunia para discutir as medidas a adotar, no Campus de Justiça, em Lisboa, decorria normalmente mais uma sessão do debate instrutório do processo da Operação Marquês. Esta quarta-feira, como o próprio chegou a dizer, foi o dia de José António Barreiros, advogado de Zeinal Bava, tentar convencer o juiz Ivo Rosa a não levar este caso a julgamento. Foram quatro horas de considerações sobre uma acusação que o advogado chegou a considerar “anedótica”. No final, e alheio às notícias fora de porta, o juiz Ivo Rosa decidiu agendar mais um dia, eventualmente dois, de debate instrutório — que não terminará esta sexta-feira como inicialmente previsto.

José António Barreiros foi o sétimo elemento da defesa a fazer alegações finais esta quarta-feira no Campus da Justiça, em Lisboa, num estilo muito particular. Sempre de pé e com todos os detalhes do processo na ponta da língua, o advogado foi argumentando e deixando recados ao mesmo tempos que soltava algumas ironias.

O ex-vice-presidente da PT, Zeinal Bava,  é acusado dos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais, fraude fiscal e falsificação de documento. E o primeiro ponto que o advogado pegou foi precisamente aquele em que o Ministério Público diz que houve conluio entre Ricardo Salgado, do BES, o então primeiro-ministro, José Sócrates, e o presidente e vice-presidente, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava da PT para que a OPA da Sonae fosse chumbada.

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