O banco Santander Totta não vai distribuir pelos acionistas os dividendos relativos ao ano de 2019, ação que estava programada para o mês de maio, de modo reforçar a “capacidade de disponibilizar crédito à economia nacional na presente conjuntura“, marcada pela pandemia da Covid-19.

De acordo com um comunicado enviado pelo banco aos meios de comunicação social, o Santander “decidiu que não procederá à distribuição de dividendos programada para o próximo mês de maio referente ao exercício de 2019”.

O banco acrescenta que tomou a decisão “na sequência das recomendações emitidas pelo Banco Central Europeu e de interações com o Banco de Portugal“.

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Segundo a nota enviada pelo banco, o Santander cumpre “folgadamente os rácios de capital exigidos pelo Banco Central Europeu”, mas decidiu na mesma suspender a distribuição dos dividendos para “reforçar a capacidade de concessão de crédito à economia em cerca de 8 mil milhões de euros“.

“Esta decisão vem na sequência de um conjunto de decisões tomadas nas últimas semanas de apoio aos seus clientes e economia nacional que vão muito para além do quadro legal existente”, acrescenta o banco.

Na semana passada, a presidente do banco, Ana Botín, tinha cortado o seu próprio salário para metade e os administradores não-executivos do banco tinham visto as suas remunerações cortadas em 20%.

“Além do reforço da divulgação, dinamização e disponibilização das linhas de apoio de 3 mil milhões de euros às empresas anunciadas pelo Estado Português, o Santander Totta tem disponível para os seus clientes particulares e empresariais soluções de moratória e renegociação de créditos por restrições temporárias de liquidez que em muito excedem as soluções exigidas pelo quadro legal existente em Portugal”, acrescenta o banco.

Em Portugal, o Santander tem 2.500 trabalhadores já em teletrabalho. A nível global, o banco tem 48 mil trabalhadores nessa situação.