O regresso à (nova) normalidade deverá começar a ser feito em maio, tal como anunciado esta semana por António Costa, num plano considerado “minucioso” e que inclui diferentes medidas. Se por um lado o primeiro-ministro começou por anunciar que os alunos do ensino básico e do 10.º ano, assim como alguns do 11.º e 12.º, só deveriam voltar às escolas em setembro, dias depois acabaria por anunciar que já as creches e os jardins de infância deviam reabrir portas já em maio, para permitir que os pais destas crianças voltassem ao trabalho, mesmo que a partir de casa. Uma ideia que parece não estar a reunir consenso: na página de internet Petição Pública somam-se  já petições criadas por cidadãos para impedir que os mais pequenos sejam os primeiros a sair do confinamento. Duas delas contam com cerca de 9 mil assinaturas cada, uma tem mais de 3 mil e outra foi assinada por 1,169 pessoas.

As quatro petições citadas — que se encontram entre as “mais ativas” da página — dirigem-se ao Governo, às figuras do Presidente da República e primeiro-ministro, mas também à Assembleia da República, aos profissionais de educação e às famílias. Todas pedem a mesma coisa: que se proceda à não reabertura das creches.

Na petição com mais assinantes defende-se o encerramento das creches e dos jardins de infância até ao final do ano letivo. “As crianças podem nem saber manter a distância de segurança”, lê-se, além de “não perceberem o porquê de não poderem abraçar-se, beijar ou pedir colo”. É ainda referido que os mais novos estão “constantemente em contacto direto com colegas, educadores e auxiliares” e que, mesmo lavando as mãos regularmente, estas “nunca estão limpas”. O risco de contagiar educadores e auxiliares é outro dos argumentos.

“Acho uma falta de respeito abrirem as creches e brincarem com a saúde dos mais pequenos”, lê-se noutra petição que já soma 8,735 assinaturas. Numa terceira faz-se ainda referência que a decisão de reabrir as creches em maio é tida como “uma bomba relógio”.

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Horários de trabalho à vez, creches reabertas, mais transportes e máscaras. O roteiro de Costa para o regresso à normalidade em maio

A iniciativa do Governo tem em conta não só a necessidade de as crianças conviverem umas com as outras “sem estarem confinadas ao espaço familiar”, como permitir que os pais possam retomar o trabalho com melhores condições, seja este em teletrabalho ou não. “Gostaria muito que as crianças do pré-escolar pudessem voltar a conviver, porque é importante que convivam sem estarem confinadas no seu espaço familiar”, afirmou o primeiro-ministro a 16 de abril.

Já o Expresso, que publica este sábado um entrevista ao primeiro-ministro, António Costa, escreve que a ideia é que as creches (para crianças dos zero aos três anos) reabram logo no início de maio e só depois, um pouco mais tarde (sem especificar quando), serão os jardins de infância (para crianças dos três aos seis anos) a reabrir as portas.