Depois de ter parado por completo a produção devido ao novo coronavírus, a Seat prepara-se para retomar gradualmente a actividade, sem com isso colocar em risco a saúde dos seus trabalhadores. Razão pela qual começou, nesta quarta-feira, a fazer testes PCR – considerados o meio de diagnóstico mais fiável para identificar se as pessoas avaliadas contraíram Covid-19 – em três centros de atendimento. A medida visa o reinício da actividade a 27 de Abril.

Haverá mais de 3000 testes de PCR por semana”, informa a marca, sublinhando que o despiste não só será aplicado ao conjunto de profissionais da empresa, como também a “outras empresas do Grupo Volkswagen em Espanha”.

Ao todo, o regresso ao trabalho passará pela realização de 15.000 testes, cujos resultados, permanecendo anónimos e confidenciais, “servirão de base para um estudo científico”.

Por esse motivo e por se tratar da “primeira empresa em Espanha a realizar estes testes”, a medida envolve um laboratório homologado pelo Ministério da Saúde e pelo Governo da Catalunha, que irá “analisar os testes sem afectar a actividade de saúde pública”, sob a supervisão de Bonaventura Clotet, director da IrsiCaixa e membro do Comité Científico da Seat. Segundo ele, “testar todos os colaboradores é a melhor forma de minimizar o contágio”. Mas as vantagens não se ficam por aí. “Do ponto de vista epidemiológico, é uma grande oportunidade para enriquecer os conhecimentos científicos que temos da Covid-19, uma vez que os funcionários da Seat são uma amostra ampla e representativa da sociedade”, defende o médico.

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Com a produção suspensa desde 16 de Março, a Seat não tem estado propriamente parada. O construtor adaptou-se para produzir ventiladores de emergência, recorrendo ao motor do limpa pára-brisas dos seus carros. E, para além de ter produzido 600 equipamentos desse tipo, também colaborou na confecção de milhares de máscaras cirúrgicas feitas com os filtros utilizados nas cabines da loja de tintas da fábrica de Martorell. Um elemento de protecção que chegou prioritariamente a quem está na linha da frente do combate ao coronavírus, entre hospitais, forças policiais e outras organizações.

Força de Leon. Seat começa a produzir ventiladores

Agora, a palavra de ordem é retomar a normalidade, mas sem descurar a segurança. Para tal, a Seat definiu um protocolo de saúde em conjunto com os sindicatos que, para além dos PCR, obriga a que as instalações sejam submetidas a uma “limpeza completa antes e depois de cada turno de produção”. Acresce a isso o uso de máscaras, de gel desinfetante e, sempre que possível, a manutenção de uma distância de 2 metros entre cada trabalhador.

Enquanto estas directivas vigorarem, a produção ficará muito abaixo do pré-crise. A actividade será retomada com um turno, a 11 de Maio passarão a operar dois e só em Junho é expectável regressar aos valores antes da Covid-19.