“Se quisermos pensar na possibilidade de viajar este ano, tem de ser sob novas regras específicas”, disse Harry Theoharis, ministro do Turismo da Grécia, ao The Guardian. O país, que, como Portugal, depende bastante do turismo, está a preparar medidas para começar a salvar o setor.
Temos que ter novas regras para hotéis, novas regras para praias, novas regras para piscinas, novas regras para buffets de pequenos-almoços, novas regras para autocarros de turismo”, disse o ministro do turismo da Grécia.
Esta segunda-feira, os responsáveis políticos com a tutela do turismo nos países da União Europeia vão discutir de que forma é que o setor pode voltar a abrir. O que é certo é que as medidas sanitárias de segurança vão ser a principal preocupação nem que, para garantir que se chega ao destino saudável, possa ser necessário fazer análises de sangue antes de andar de avião.
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Ao mesmo jornal, Theoharis revela que vai insistir “num acordo sobre um conjunto comum de regras” para a União. “Precisamos destas [normas] para começar a transportar pessoas de um país para outro por estrada, ar ou mar. Regras temporárias que terão que fazer sentido económico”, assumiu. Mas prevê já problemas: “Se, por exemplo, só se pode voar com dez pessoas num avião para ser considerado seguro, obviamente não haverá voo”.
Caso as linhas aéreas continuem fechadas, o país irá ter de mudar o público alvo de turistas, normalmente vindos de França, Reino Unido e Alemanha, para países da Europa de Leste e Central, que podem fazer a viajem de carro.
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Na Grécia, o turismo é responsável por um em cada cinco empregos. À semelhança de Portugal, o país espera um impacto económico gigante numa altura em que começava a recuperar da última crise económica. Theoharis afirma que, em 2020, ao todo, o país não vai ter sequer um terço de todos os turistas que teve em 2019.
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Ao mesmo tempo que se fala numa abertura, há também receios. Christina Tetradis, vice-presidente da associação helénica de hotéis, afirma: “Ninguém quer ser responsabilizado por colocar a equipa em risco ou pôr em risco vidas”. “Vai ser complicado, especialmente para hotéis maiores. Existem muitas perguntas, como quantas pessoas é que se pode ter numa piscina, estão os buffets fora de questão o que se faz se alguém fica doente?”, adianta.
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O ministro do turismo grego espera que, mesmo com tempos incertos pela frente, possam existir melhorias nos próximos tempos para este setor. No melhor dos cenários, Theoharis espera abrir mais o turismo já em julho. Contudo, para isso é necessário que as previsões de alguns epidemiologistas, que acreditam que o surto vá abrandar no verão, estejam certas.
Ao todo, a Grécia tem 2.517 casos confirmados de pessoas com o novo coronavírus. O país teve 134 mortes e 577 recuperados. Este domingo, o país registou 11 novos casos. Este tem sido citado como um caso de exemplo, como conta a Time, na contenção da pandemia. Para justificar estes números tem sido apontada a implementação preventiva de medidas de isolamento e suspensão da economia. No final de fevereiro, já se cancelavam todos os eventos. A 10 de março, com 89 casos, escolas e universidade estavam já encerradas.
De acordo com um estudo da Oxford Economics divulgado este domingo, o sul da Europa vai ser a região mais afetada pelo recuo do turismo internacional, caindo ao todo 40% em 2020, após um crescimento de 5% em 2019.