No Japão o governo investiu 46,6 mil milhões de ienes (cerca de 397,4 milhões de euros) para a distribuição nacional gratuita de máscaras reutilizáveis de pano. Contudo, como conta a Reuters, citada pelo Japan Times, na semana passada o executivo japonês teve de substituir algumas destas máscaras devido a terem insetos, bolor e manchas, o que levou a suspender o projeto.

As máscaras, que têm sido apelidadas jocosamente de “Abenomask”, numa alusão ao nome do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, fazem parte de uma estratégia do governo para combater a pandemia do novo coronavírus. Até à semana passada, tinham sido enviadas cerca de 500 mil destas máscaras para grávidas, instituições de saúde e escolas. Nesta primeira remessa, registaram-se logo oficialmente 1.903 queixas de máscaras sujas ou com defeito, a maioria delas feitas por grávidas, diz o mesmo jornal. Devido às queixas, o governo teve de cessar este projeto.

Procuramos empresas numa ampla variedade de campos e selecionamos (fornecedores) do ponto de vista da qualidade, preço e capacidade para fornecer (máscaras) e responder rapidamente (ao pedido do governo)”, disse o governo japonês.

Para resolver a situação, o governo afirmou que estava a inquirir os fabricantes sobre estes defeitos. No entanto, nas redes sociais, principalmente no Twitter, as críticas com o hashtag #abenomask foram multiplicando-se, com imagens que mostram que o tamanho destas não é demasiado pequeno ou de insetos presos nas embalagens. Entre outras críticas, encontram-se também imagens destas máscaras com manchas de bolor.

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[Uma das partilhas no Twitter a criticar o tamanho das máscaras gratuitas enviadas pelo governo japonês]

Gostaríamos de garantir que as pessoas têm confiança na segurança destas máscaras”, diz o governo japonês.

À semelhança de outros países, a pandemia levou a uma quebra do stock na venda de máscaras de proteção, o que levou o executivo a anunciar esta medida a 2 de abril. Como conta o mesmo jornal, empresas de tecnologia, como a Sharp tiverem de suspender a venda de máscaras que estavam a fabricar devido à procura elevada (a Sharp anunciou que ia fazer máscaras em março).

Desde o início do mês, o governo tem também enfrentado críticas pela forma como tem enfrentado o surto, sendo o investimento nesta estratégia uma das principais queixas dos opositores ao governo. Ao todo, o país conta com 13.736 casos confirmados de Covid-19, 394 mortos e 1.899 recuperados.