Grave este número nos seus contactos: +1 (727) 2912606. Este é um número grátis de um robot (“bot”) do WhatsApp que vai ajudar a combater a desinformação sobre a pandemia de Covid-19. Esta ferramenta, o “bot“, foi criado pela Rede Internacional de Fact-Checking (IFCN) do Poynter Institute e tem por base os fact checks de mais de 80 órgãos de comunicação de todo o mundo que fazem parte da aliança de fact checkers criada para combater a desinformação: a #CoronaVirusFacts Alliance. O Observador é um deles. Com este sistema, os utilizadores podem ver, via WhatsApp, se determinado conteúdo já foi verificado por fact checkers, saber quais as organizações mais próximas e enviar informações sobre o assunto que gostavam de ver esclarecidas.
Um dos objetivos é ligar os milhões de utilizadores do WhatsApp às organizações de fact check. Através do chatbot da IFCN, qualquer pessoa (desde que tenha WhatsApp e envie mensagem — já explicaremos como) pode verificar se uma determinada informação sobre Covid-19 já foi classificada como falsa por verificadores de factos independentes. A base inclui já mais de 4.000 factchecks relacionados com o novo coronavírus que estarão disponíveis também através do bot. Há um problema: para já, o bot só funciona em inglês.
O novo chatbot do WhatsApp também dá aos utilizadores a possibilidade de terem acesso à lista de verificadores de factos. O sistema consegue identificar o país do utilizador através do código do país no número de telemóvel e informar de imediato quais são os fact checkers mais próximos. Se tiver um telemóvel português (com o código +351) vão aparecer-lhes duas opções: o Observador e o Polígrafo. Além disso, qualquer utilizador vai poder enviar informações para revisão diretamente aos verificadores de factos do seu país.
O diretor da IFCN, Baybars Orsek, lembra que “centenas de milhões de usuários confiam no WhatsApp para manter contacto com amigos e familiares todos os dias” e que numa altura em que os produtores de notícias falsas utilizam “todas as plataformas para disseminar falsidades e enganar os outros em tempos tão difíceis, o trabalho dos verificadores de fatos é mais importante do que nunca.”
Inicialmente, o chatbot estará disponível apenas em inglês, mas em breve estará disponível em outras línguas (como o espanhol e o hindi), não havendo ainda perspetivas sobre quando estará disponível em português. No entanto, o chatbot tem um menu simples e intuitivo, que funciona por um sistema de números.
O chatbot possui um menu simples, curto e numérico. Os usuários precisarão apenas de números de texto para navegar nele.
Como começar a utilizar?
Depois de gravar o número (ainda se lembra? É o +1 (727) 2912606) tem de enviar uma mensagem no WhatsApp para esse número com um 0 (zero). Ou então simplesmente dizer olá em inglês: “Hi”.
Depois do primeiro “olá”, vai aparecer-lhe um menu em que o bot lhe dá as boas vindas e explica que vai funcionar 24/7 (ou seja, 24 horas por dia, 7 dias por semana) para desmistificar mitos acerca do novo coronavírus e verificar factos acerca do Covid-19. O utilizador tem depois várias opções: enviar uma mensagem com “1” para pesquisar fact checks, com “2” se quiser ter acesso aos últimos fact checks feitos por verificadores de factos independentes, com “3” se quiser dicas sobre desinformação; com “4” para encontrar fact checkers junto de si, com “5” para ter mais informações sobre o projeto; e com “6” se quiser perceber a política de privacidade.
Como pesquisar o que já foi verificado?
Primeiro terá de enviar uma mensagem com “1” para o bot, que irá sugerir que o utilizador escreva uma palavra ou uma frase curta em inglês, para depois mandar os dois principais resultados sobre o assunto.
Não é preciso uma frase composta. Se quiser saber, por exemplo, se beber café previne o coronavírus, pode simplesmente escrever “Drink Coffee” (em português, “beber café”). Verá que lhe aparecem logo dois resultados: um deles em espanhol, outro com um fact check do Observador sobre o assunto.
Já se quiser saber que últimos fact checks acabaram de ser publicados na base, basta enviar uma mensagem com o número 2 e o sistema irá enviar-lhe dois dos últimos a serem publicados na base do IFCN. Aqui, serão, uma vez mais privilegiados os órgãos portugueses, como o Observador. Mas se o fizesse de um número espanhol, apareceriam artigos de fact checkers de Espanha.
Quais as dicas (dadas pelo bot) para conseguir combater a desinformação?
Para receber as dicas do bot para combater a desinformação basta enviar o número “3” na mensagem. Na resposta vai receber seis dicas, como “resistir ao impulso de partilhar” algo sobre o coronavírus. “Respire”, aconselha o bot. Depois, tem de ter atenção à fonte. Em terceiro lugar, o utilizador “deve confiar nos cientistas, antes de confiar nos políticos”. Deve também afastar-se de uma visão “emocional”, que pode toldar o juízo. No caso de imagens, deve utilizar tecnologias de “reverse image“, como as do Google, para tentar perceber se a fotografia corresponde ao momento e se foi ou não adulterada (há um link na mensagem que vai dar a um tutorial sobre como o fazer). Por último, ser um autodidata que aprende a chegar às fontes e a analisar os dados sem intermediários.
Como achar os fact checkers mais próximos de mim?
Neste caso, terá de enviar uma mensagem com o número “4” para o número do bot e, em Portugal, como já revelámos em cima, irão aparecer duas hipóteses: o Observador e o Polígrafo, que são as duas organizações portuguesas que fazem parte do IFCN e da aliança de fact checkers que combate a desinformação sobre o novo coronavírus.
Se quiser saber quem são os fact checkers de outros países, basta colocar o nome desse país em inglês: France (para França), United States (para os EUA), Spain (para Espanha).
Quando enviar mensagem com o “5” receberá de volta uma mensagem com mais informações sobre o IFCN, a aliança de fact checkers e o projeto em si.
Observador aderiu há um mês à aliança de fact checkers contra a desinformação
No dia 2 de abril — Dia Internacional do Fact-Checking — o Observador aderiu à aliança internacional de fact checkers contra a desinformação sobre o novo coronavírus. A #CoronaVirusFacts Alliance foi criada em janeiro e junta mais de 100 órgãos dedicados ao fact check de todo o mundo oriundos de mais de 70 países, em 40 línguas diferentes, incluindo o português. Nos últimos meses o grupo já juntou mais de 3 mil fact checks sobre o coronavírus numa base de dados onde foram adicionados dezenas de fact checks que o Observador fez sobre a pandemia a esta base de dados.
Fact Check. Observador adere a rede mundial que combate desinformação sobre coronavírus
A “#CoronaVirusFacts/#DatosCoronaVirus Alliance” foi criada e é gerida pela Rede Internacional de Fact-Checking (IFCN), do Poynter Institute for Media Studies, à qual o Observador aderiu em 2017, tornando-se no primeiro órgão português a juntar-se àquele que é o maior e mais influente grupo de fact checkers a nível mundial.
A agência noticiosa francesa AFP, a Agência Lupa, o Estadão Verifica (ambos do Brasil), a Maldita.es (Espanha), a Pagella Politica (Itália), o Politicfact (EUA) o Full Fact (Reino Unido), o Teyit (Turquia) The Quint (Índia), o Taiwan Fact Check Center (Taiwan), o Buzzfeed Japan (Japão) são algumas das publicações que fazem parte desta aliança.
Na secção de Fact Check do Observador pode encontrar dezenas de fact checks sobre o novo coronavírus que vão desde falsas curas ou vacinas a teorias da conspiração.
O Observador tem entrado em vários projetos que visam combater a desinformação nas redes sociais e há cerca de um ano aderiu ao programa de fact checking do Facebook, através do qual tem ajudado a combater milhares de publicações falsas ou enganadoras publicadas naquela rede social.
Também em 2019 o Observador fez parte de uma rede europeia de combate à desinformação sobre a União Europeia, nas eleições europeias de 2019.
Observador em plataforma para combater fake news nas eleições europeias