A proposta é dos professores Miquel Oliu e Bary Pradelski, da ESADE Business School, de Barcelona. O objetivo é salvar o que pode restar do turismo entre junho e outubro, meses que concentram grande parte das receitas de uma industria essencial para Espanha, Itália, Grécia e Portugal durante todo o ano, numa altura em que a pandemia da Covid-19 impossibilitou este tipo de viagens.
Então, como resolver o problema? A proposta destes professores de Matemática e Economia, que pode ser lida na íntegra aqui, passa pela criação de “zonas verdes” certificadas ao nível europeu, para definir áreas onde a epidemia está controlada e áreas onde não está, de forma a manter o fluxo de turistas apenas entre aquelas onde o controlo esteja certificado.
De acordo com o jornal ABC, a proposta baseia-se na estratégia de desconfinamento dos vários países, permitindo, por um lado, evitar deslocações desnecessárias e, por outro, abrir portas a uma espécie de “desconfinamento assimétrico”, em função das regiões de cada país. Sacrificando umas regiões em prol de outras, a ideia é salvar o que pode restar do turismo este ano, para que o impacto económico não seja tão grande para cada país.
Com base nisso, os professores da ESADE propõem que, da mesma forma que as várias províncias dentro de um mesmo país, possuem indicadores específicos de controlo da pandemia e possibilitam a circulação de cidadãos a nível nacional, o mesmo devia acontecer à escala continental entre os diferentes países europeus.
Desta forma, segundo esta proposta, caberia ao Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) etiquetar as várias regiões em função do maior ou menor controlo da epidemia com base em critérios homogéneos. Etiqueta verde significava que era possível viajar para aquela região, e etiqueta vermelha significava a proibição de viajar para aquela região.
Segundo os autores do estudo, em Espanha e em Itália, o fluxo turístico entre junho e outubro representa entre 60 a 65% de todo o fluxo anual de turismo, daí que devam ser encontradas alternativas para, de certa maneira, salvar a época turística. A organização, contudo, teria de ser sempre coordenada ao nível europeu, e deveria incluir também países fora do espaço Schengen, defendem.