A GNR iniciou às 09:00 de sábado a operação “Fátima em casa”, que se prolongará até quarta-feira, com o objetivo de impedir o acesso de peregrinos ao santuário, disse o diretor de Operações, Vítor Rodrigues, à agência Lusa. Esta operação da GNR – realizada a propósito da Peregrinação Internacional Aniversária de maio (dias 12 e 13) e tendo em conta a pandemia de covid-19 – terá um nível nacional e outro local.

Segundo Vítor Rodrigues, a nível nacional, a operação passará pela “monitorização, sensibilização e dissuasão de possíveis movimentos, quer apeados, quer em viatura”, envolvendo todos os comandos, de Norte a Sul do país.

“A nível local, com o comando territorial de Santarém, vamos efetivamente fazer uma maior monitorização, controlo, da entrada de viaturas em Fátima”, explicou. O diretor de Operações da GNR adiantou que, nos acessos da autoestrada, serão controladas “todas as viaturas, um bocado à semelhança do que foi feito na Páscoa e naqueles momentos em que não se podia andar de um concelho para o outro”.

Quando forem detetadas pessoas que se desloquem para Fátima com a intenção de ir ao santuário, serão dissuadidas de o fazer, “até porque os parques estão todos fechados, as possibilidades de irem ao santuário não existem, porque vai estar fechado”.

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Vítor Rodrigues esclareceu que não se trata de “um cerco no sentido literal de musculação de força”, mas sim de “um conjunto de militares que estão disponíveis para cumprir a sua missão”, que é: “não se pode aceder àquele espaço do santuário, porque ele está fechado”.

“Vamos adaptar o nosso dispositivo em função do que vier a ser julgado necessário, dentro de uma norma e princípio militar que se chama flexibilidade. Portanto, se formos precisos muitos, estamos muitos, se formos precisos poucos, estamos poucos”, referiu.

O responsável congratulou-se com a “postura colaborante fantástica” dos membros da Igreja católica, com quem a GNR está a trabalhar “há muitas semanas”. Na sua opinião, não haverá “necessidade de mostrar um dispositivo de grande força, de grande musculação, porque não é isso que está em causa” e “a comunidade católica é uma comunidade tranquila”, que habitualmente não provoca problemas.

“Quero crer que, à semelhança do que tem acontecido neste país, a esmagadora maioria das pessoas acatam as ordens das forças e serviços de segurança. Em Fátima, por maioria de razão, vai acontecer isso”, frisou.

O Santuário de Fátima vai este ano celebrar a Peregrinação Internacional Aniversária de maio no recinto de oração, como aos outros anos, mas sem a multidão de peregrinos que o costuma encher. As celebrações decorrerão no recinto, mas este estará encerrado devido às regras sanitárias definidas pelo Governo no contexto da declaração do Estado de Calamidade pública, em articulação com a Conferência Episcopal Portuguesa, e que impedem as celebrações religiosas com a presença de fiéis.

Entre a tarde do dia 12 e o fim da manhã do dia 13 não será permitido o acesso dos peregrinos a qualquer espaço do santuário. O reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, pediu aos peregrinos que não se desloquem ao recinto nos dias 12 e 13 e que façam a peregrinação “pelo coração”.