A visita da primeira-ministra Sophie Wilmès ao Hospital Saint-Pierre, na capital belga, estava marcada para este sábado e foram várias as dezenas de profissionais de saúde que fizeram questão de estar presentes para a receber.
Em silêncio, dispostos em duas filas ao longo do caminho até à porta principal do hospital, uma das instituições de referência para o tratamento dos doentes com Covid-19 naquele país, dezenas de médicos, enfermeiros, auxiliares, funcionários administrativos e até de limpeza foram virando ostensivamente costas à medida que os carros da comitiva passavam.
Some of the most powerful demonstrations are the silent ones Hospital staff did this to greet The Prime Minister of Belgium due to their government's handling of the pandemic pic.twitter.com/BOIP4nRAWR
— Giles Paley-Phillips (@eliistender10) May 17, 2020
A “guarda de desonra” serviu para criticar o desempenho da governante na gestão da pandemia — a Bélgica, com 11,5 milhões de habitantes, tem 55 mil casos de infeção confirmados e acima de nove mil mortos —, e para enfatizar o cansaço dos profissionais, na linha da frente do combate ao novo coronavírus.
Depois da visita ao hospital de Bruxelas, Sophie Wilmès falou sobre o protesto, que diz ter entendido como um pedido para o início de conversações entre o governo e o setor da saúde, em conferência de imprensa.
“Nada vai ser igual depois da crise, precisamos de reavaliar a importância da profissão de enfermagem”, acrescentou ainda, aludindo à luta que tem trazido os enfermeiros, que exigem maior reconhecimento, desavindos com o governo.