John Lewis, membro do Congresso norte-americano, defensor da não-violência e dos direitos cívicos nos Estados Unidos, morreu aos 80 anos, devido a um cancro no pâncreas, anunciou a Câmara dos Representantes.

“Hoje, a América lamenta o desaparecimento de um dos maiores heróis da história do país”, escreveu a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, num comunicado divulgado na sexta-feira.

John Lewis foi eleito para a Câmara dos Representantes em 1986.

“Que a sua memória seja uma inspiração e nos leve a todos, perante a injustiça, a criar ‘bons problemas e problemas necessários'”, acrescentou Pelosi, numa referência a uma das frases mais usadas pelo antigo camarada de Martin Luther King.

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Numa declaração, o antigo Presidente norte-americano Bill Clinton e a antiga secretária de Estado Hillary Clinton elogiaram Lewis, como “um gigante” que se tornou “na consciência da nação”.

Também o líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, afirmou que Lewis era um “pioneiro líder dos direitos cívicos, que pôs a vida em risco para lutar contra o racismo, promover direitos iguais e levar o país a aproximar-se mais dos princípios fundadores”.

Lewis é o mais novo e o último sobrevivente do movimento de defesa dos direitos cívicos, liderado pelo reverendo Martin Luther King Jr.

Aos 25 anos, quando liderava uma marcha pacífica, Jonh Lewis foi derrubado e agredido pela polícia, na ponte Edmund Pettus, em Selma, no estado do Alabama. As imagens difundidas da brutalidade policial forçaram o país a encarar a opressão racial nos estados do Sul.

Poucos dias depois, King liderou milhares em mais marchas no estado, levando o então Presidente norte-americano Lyndon Johnson a pressionar o Congresso para aprovar a lei que permitiu à população negra votar.

John Lewis nasceu em 21 de fevereiro de 1940, nos arredores da cidade de Troy, no Alabama. Cresceu na quinta da família e frequentou escolas públicas segregadas.

Apesar do cancro, o parlamentar regressou a Washington, em junho, na sequência da morte de George Floyd às mãos da polícia de Minneapolis, para participar na mobilização do movimento Black Lives Matter contra a discriminação racial.

Nascido em 21 de fevereiro de 1940, nos arredores de Troy, no Alabama, John Lewis tinha anunciado em dezembro do ano passado que tinha cancro no pâncreas em estágio avançado.