As vendas das lojas de rua e centros comerciais caíram pela sétima semana consecutiva, registando uma queda média de 40,5% face ao período homólogo, revelou esta quarta-feira a Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR).
O resultado do observatório AMRR, que permite verificar as vendas semanais das lojas de rua e de centros comerciais, mostra que as vendas “continuam em queda pela sétima semana consecutiva” e a “média das últimas sete semanas aponta para quebras de vendas de 40,5%”.
A análise contou com dados recolhidos em mais de 2.500 lojas de associados da AMRR, de norte a sul do país, e referem-se à semana entre 13 e 19 de julho em que a quebra de venda média foi de 39,4% face a período homólogo, avança a associação.
Para o presidente da associação, “é natural” que os “dados da SIBS e da Reduniq” demonstrem “maior volume de compras”, mas, sublinhou, “este aumento deve-se exclusivamente ao enorme decréscimo das compras a dinheiro, para evitar mais pontos de possível contágio”. “Estes dados apresentados dos pagamentos eletrónicos não são sinais de retoma do consumo”, diz Miguel Pina Martins.
A associação destaca que as lojas de rua acentuaram as quebras, passando de 39,6% na semana anterior para 40,7% na semana em análise. “Todas as lojas e os espaços comerciais têm investido elevados montantes para garantir que todos os espaços visitados pelos consumidores são seguros e não põem em causa a sua saúde”, sublinha o presidente da AMRR, Miguel Pina Martins, citado no comunicado.
O responsável afirma que “os funcionários têm formação, os materiais de proteção individual e o álcool gel existem e estão a ser utilizados, e os espaços são limpos e desinfetados com regularidade”.
“Esta conjuntura, em conjunto com as limitações à lotação do espaço, levam a uma quebra acentuada dos níveis de venda que afeta, inevitavelmente, toda a estrutura que essas vendas suportam”, realça Miguel Pina Martins.
De acordo com a associação, “a compra média por cliente mantém-se ligeiramente superior ao mesmo período no ano passado” mas o comportamento é justificado “pela redução de deslocações aos espaços comerciais”, uma situação que “não compensa redução de tráfego e quebra de vendas”.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 616 mil mortos, incluindo 1.697 em Portugal. As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.
Para Portugal, a Comissão Europeia prevê que a economia recue 9,8% do PIB em 2020, uma contração acima da anterior projeção de 6,8% e da estimada pelo Governo português, de 6,9%.