Os cônsules de Angola e Moçambique disseram esta quinta-feira à agência Lusa que a China continental e Macau têm sido parceiros estratégicos no combate à pandemia.

Têm tido uma “contribuição bastante valiosa, muito importante mesmo, Macau em particular, através do Fórum Macau, contribuiu com alguns donativos em termos de material de prevenção, bem como a República Popular da China, através do governo central”, afirmou o cônsul-geral de Moçambique em Macau. “Penso que têm sido parceiros estratégicos neste combate à pandemia”, resumiu Rafael Custódio Marques.

O chefe da missão de Moçambique em Macau salientou que a ajuda materializou-se sobretudo ao nível de “material de prevenção e de combate à pandemia e mesmo em relação a troca de informações, a nível técnico, a nível médico, através de videoconferências”.

A importância da ajuda chinesa e do antigo território administrado por Portugal foi igualmente partilhada pelo cônsul-geral de Angola em Macau. “Do Fórum (Macau) temos recebido todo o apoio necessário, dentro das possibilidades do Fórum. Recentemente recebemos a oferta (…) de algum material de combate à pandemia, já agradecemos, mas nunca é demais continuar a receber esse apoio”, afirmou Eduardo Velasco Galiano.

O chefe da missão de Angola em Macau sublinhou ainda a ajuda assegurada diretamente pela China continental, onde também foi “adquirido muito material”.

As declarações de ambos foram realizadas à margem de uma sessão de partilha de resultados do trabalho realizado por um grupo de peritos médicos antiepidémico do governo da China na Algéria e Sudão, entre 14 de maio e 11 de junho, e que contou com a primeira participação do género de especialistas de Macau.

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Tanto Eduardo Velasco Galiano como Rafael Custódio Marques não descartaram a possibilidade de solicitarem apoio a uma equipa semelhante, que desse apoio no combate à pandemia ao nível da prevenção e da formação. Os dois diplomatas, contudo, frisaram que a situação nos respetivos países está “sob controlo”.

Em Angola, há a registar 812 casos e 33 óbitos, ainda que o número de contágios tenha aumentado de cerca de 40 para mais de 800 em apenas dois meses, sublinhou o cônsul-geral em Macau. Com um total de 1.557 casos de Covid-19, 11 mortos e 523 pessoas recuperadas, Moçambique vive em estado de emergência desde 1 de abril.

Já Macau, registou apenas 46 casos desde o início da pandemia. Atualmente não tem qualquer caso ativo, não identificou algum surto comunitário e nenhum profissional de saúde foi infetado.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 617.500 mortos e infetou mais de 15 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP). Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.