A alta-comissária contra a Covid-19 da Guiné-Bissau, Magda Robalo, disse esta quinta-feira que a pandemia fez aumentar a pobreza no país e agradeceu aos países europeus que “conspiraram para fazer o bem e salvar vida”.
Magda Robalo disse que a pandemia fez acentuar problemas como a violência baseada no género, a pobreza e o processo de desenvolvimento do potencial humano do país.
A antiga ministra da Saúde falava na cerimónia de entrega pelos embaixadores de Portugal, António Alves de Carvalho, e da União Europeia, Sónia Neto, de um primeiro carregamento de cerca de 45 toneladas de material médico, angariados no âmbito da iniciativa “Equipa Europa”, que esta quinta-feira chegou a Bissau num voo que partiu de Lisboa.
No seu discurso, no aeroporto de Bissau, Magda Robalo destacou que os equipamentos e medicamentos vão ajudar o país a aumentar a sua capacidade de diagnóstico e resposta aos casos da Covid-19 bem como atender outras necessidades médicas.
Magda Robalo, que começou por agradecer o apoio, em nome do Presidente e do povo guineense, enalteceu o facto de países europeus (Portugal, Espanha e Itália) e outros parceiros multilaterais “terem conspirado para fazer o bem e salvar vidas” na Guiné-Bissau.
Afirmou que o gesto só foi possível graças a “uma feliz combinação” de fatores como “bom coração, colaboração e cooperação” num momento em que, disse, apenas a solidariedade poderá ajudar os países a superaram as dificuldades provocadas pela pandemia.
Magda Robalo destacou ainda o facto de a ajuda no âmbito da iniciativa “Equipa Europa”, cuja logística de recolha de apoios e de transporte foi coordenada por Portugal, vai trazer à Guiné-Bissau medicamentos e equipamentos de combate à Covid-19, mas também vacinas e fármacos para outras doenças.
É importante não descurar os serviços de saúde essenciais. Não podemos permitir que as mulheres continuem a morrer ao dar a luz por causa da Covid-19″, observou Magda Robalo, antiga ministra da Saúde guineense.
A Guiné-Bissau registava até sábado quase 2.000 casos acumulados de Covid-19, incluindo 26 vítimas mortais e mais de 800 recuperados.
No âmbito do combate à pandemia, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, decretou o estado de emergência no país, em março, quando foram detetados os primeiros casos de infeção.
O estado de emergência já foi prolongado por seis vezes, a última das quais até sábado.