Jair Bolsonaro foi denunciado em Haia, nos Países Baixos, por ter ignorado as orientações técnicas na luta contra a pandemia. Mais de 60 sindicatos e movimentos sociais ―a maioria de profissionais de saúde ― pedem a condenação do presidente brasileiro por genocídio num documento enviado ao Tribunal Penal Internacional. A denúncia foi entregue este domingo, avança a imprensa brasileira.
No documento, os autores argumentam que Jair Bolsonaro praticou crimes contra a humanidade por incentivar ações que aumentam o risco de contágio do novo coronavírus. Para além disso, apontam-lhe falhas na tomada de medidas para proteger o povo brasileiro, em especial as minorias.
Ao longo de 64 páginas, lembram que Bolsonaro nunca atendeu às orientações técnicas de seu próprio Ministério da Saúde: várias vezes convocou aglomerações de pessoas, esteve junto a multidões sem máscara e minimizou em declarações públicas aquilo a que chamou “gripezinha”.
Essa atitude de menosprezo, descaso, negacionismo, trouxe consequências desastrosas, com consequente crescimento da disseminação, total estrangulamento dos serviços de saúde, que se viu sem as mínimas condições de prestar assistência às populações, advindo disso, mortes sem mais controles”, lê-se no documento, citado pela UOL.
A Rede Sindical Brasileira Unisaúde, coordenada pela UNI Americas e signatária do documento em causa, comentou ainda que “o governo federal deveria ser considerado culpado por sua insensível atuação frente à pandemia e por se recusar a proteger os trabalhadores da saúde”: “Buscar a Corte Penal Internacional é uma medida drástica, mas os brasileiros enfrentam uma situação extremamente difícil”.
O tribunal internacional ainda vai avaliar se aceita a queixa ou não.
Bolsonaro favorito nas sondagens para presidenciais de 2022
A notícia da acusação contra Jair Bolsonaro em Haia surge poucos dias depois de uma sondagem do Instituto Paraná Pesquisas para a revista Veja ter dado vantagem ao líder brasileiro nas eleições presidenciais de 2022 em qualquer cenário de disputa.
Se as eleições fossem agora, Bolsonara venceria à primeira volta contra Sergio Moro, Lula da Silva e Fernando Haddad com uma percentagem de 27,5% e 30,7%. Se houvesse segunda volta, Bolsonaro também venceria. Num caso contra Moro, o ex-ministro teria 35% dos votos e Bolsonaro teria 44,7%. Contra Lula, o antigo presidente teria 36,4% enquanto o atual líder recolheria 45,6%. E num frente a frente com Haddad, este receberia 32% enquanto Bolsonaro chegaria a 46,6%.
Mesmo com outros concorrentes — Ciro Gomes, João Doria e Luciano Huck —, Jair Bolsonaro levaria a melhor. O primeiro ficaria com 31,1% e Bolsonaro com 48,1%. João Doria, governador de São Paulo, recolheria 23% dos votos enquanto o presidente do Brasil ficaria com 51,7%. E contra Luciano Huck, Bolsonaro ganharia com 50,8% dos votos, enquanto o apresentador ficava com 27,6%.