O pianista, maestro e pedagogo norte-americano Leon Fleisher morreu no domingo em Baltimore, Estados Unidos, aos 92 anos, revelou o New York Times.

Leon Fleisher, descrito como um pianista prodígio que começou a tocar aos quatro anos, teve uma carreira internacional que fez furor sobretudo nos anos 1950 e 1960 e que ficou ainda marcada por um problema neurológico que lhe afetou a mão direita.

Em 1964, então com 37 anos, o pianista ficou com dois dedos da mão direita imobilizados, o que o condenou a abandonar temporariamente os palcos, submetendo-se a intensos tratamentos.

Nas décadas seguintes, Leon Fleisher acabou por se dedicar ao ensino, ao trabalho de maestro e aperfeiçoou a técnica na interpretação de repertório pianístico para mão esquerda, estimulando ainda outros compositores a escreverem música apenas para mão esquerda.

Trinta anos depois, nos anos 1990, o pianista recuperou do problema e manteve-se ativo em recitais e na gravação de álbuns até 2019. Em 2004 gravou o álbum “Two Hands”, evocando precisamente a história da imobilização da mão direita.

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Enquanto intérprete, o New York Times sublinha que as gravações de Leon Fleisher de obras de Brahms e Beethoven, registadas em 1958 e 1963.

Filho de emigrantes europeus, Leon Fleisher nasceu em São Francisco em 1928, estreou-se aos 16 com a Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, viveu em França, na Holanda e em Itália durante a década de 1950, regressando depois aos Estados Unidos.

Atuou por diversas vezes em Portugal, nomeadamente em Lisboa na Fundação Calouste Gulbenkian, também com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, e no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim.