O Presidente da República já aprovou regulamentação da app de rastreio à Covid-19, mas a Apple ainda não e isso parece estar a dificultar a disponibilização da app a “todos os residentes em Portugal”. A explicação foi feita pelo presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro que diz que a app já está disponível no projeto piloto para utilizadores de Android, mas não para quem tem sistemas operativos iOS. “Para que esta aplicação esteja disponível para todos os residentes em Portugal o que é necessário é que seja disponibilizada em projeto piloto na loja da Apple, neste momento está disponível para teste em Android”, frisou o responsável dos SPMS.
Luís Goes Pinheiro aproveitou ainda o aproximar — há muito esperado — da entrada em funcionamento da aplicação para apelar a todos para a sua utilização. “É fundamental que descarreguem aplicação, que a mantenham ligada e usem e que caso venha a ser diagnosticada que solicitem ao medico que forneça o código para inserir na aplicação. Uma das características da aplicação é que informará os contactos de alguém a quem foi diagnosticada a Covid, nas 48 horas anteriores aos primeiros sintomas ou, caso seja assintomático, nas 48 horas anteriores à realização do teste”, notou Goes Pinheiro citando os exemplos da Alemanha (com 16 milhões de utilizadores) e Irlanda (30% da população) que têm aplicações de funcionamento semelhantes.
Para os mais preocupados com as questões da privacidade e proteção de dados, Luís Goes Pinheiro voltou a frisar que as informações sobre os utilizadores serão guardadas apenas durante 14 dias, sendo “eliminadas” ao fim desse tempo.
E a resposta sobre quando estará a aplicação disponível (“em breve”) serve também para as questões sobre as recomendações da DGS sobre a Festa do Avante!. Conforme o Observador tinha avançado na terça-feira, as autoridades de saúde ainda se encontram “a analisar” o documento que a organização da festa submeteu com propostas e medidas de prevenção e controlo da infeção. Sobre uma data para que sejam conhecidas as recomendações, o subdiretor-geral da Saúde Rui Portugal disse que estará “para breve”.
Julho com uma média de testes diária superior a 13 mil, diz secretária de Estado
A conferência de imprensa desta quarta-feira serviu ainda para atualizar os números relativos à capacidade de testagem do país, depois de na segunda-feira o secretário de Estado da Saúde Lacerda Sales ter frisado que o SNS queria duplicar a capacidade. A secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira salientou que “o mês de julho foi aquele com maior número de testes”.
Nos 31 dias do mês de julho foram realizados 431.178 testes o que se traduz numa média diária de 13.909 testes. Segundo Jamila Madeira esta foi “a mais alta taxa de testes já realizada”. No entanto, do total de restes feitos no país o SNS só teve até aqui capacidade para realizar “50% do total”, sendo os restantes realizados no setor privado e na Academia (por exemplo em Universidades).
Já sobre a hipótese de testar todos os alunos, professores e trabalhadores no setor da educação no regresso às aulas presenciais previsto para Setembro, Rui Portugal diz que a análise terá que ser feita caso a caso e que não faria sentido implementar uma “política de testagem” igual para todos.
Rui Portugal, esclareceu que as situações serão “analisadas em concreto” e não “no geral” isto porque, apontou, poderá haver escolas instaladas em áreas onde não haja qualquer caso ativo há algum tempo e outras em locais onde haja vários surtos a “política de testagem terá que ser diferente”.
Subdiretor-geral da Saúde pede “vigilância permanente” nos lares
A propósito de uma questão sobre a atual situação nas Residências Montepio na cidade do Porto, Rui Portugal apelou aos “responsáveis” das estruturas onde vivem idosos para que se mantenham vigilantes.
“É preciso estar permanentemente em vigilância”, apontou acrescentando os dados da ARS Norte em relação àquela unidade no Porto: “34 dos 109 utentes são positivos, 10 dos 116 profissionais [positivos] e há seis utentes que estão internadas no Hospital de Santo António”.