No final de uma visita a três hotéis de Lisboa para promover o turismo em tempo de pandemia, o Presidente da República falou de outro tema grave para o estado de direito, referindo as ameaças de um movimento neonazi. Não por se serem dirigidos a três deputadas, mas pelos “contornos criminosos” da “atuação racista”. E aconselhou “firmeza e sensatez” na resposta a este extremismo.

Três deputadas ameaçadas por grupo neonazi através de email. PJ já está a investigar caso

É evidente que as ameaças da extrema-direita ganharam “maior notoriedade” por serem contra deputadas, mas “é tão condenável uma atuação racista com contornos criminosos contra deputados ou qualquer outro português”, uma vez que “não há cidadãos de primeira e outros de segunda”.

Mas embora Marcelo Rebelo de Sousa exija “tolerância zero” a este tipo de ameaça, também diz que o momento é de contenção na resposta. “Os democratas devem ser muito firmes nos seus princípios e ser sensatos na defesa dos princípios”, ou seja, devem “estar atentos para perceber como é que a manipulação desse tema [do racismo] tem sido noutros países uma forma de radicalizar a vida política promover fenómenos anti sistémicos e fragilizar democracia”.

O Presidente acrescentou ainda que é “fundamental ser firme na afirmação dos princípios do estado de direito democrático” e também “saber responder com inteligência”, não fazendo “aquilo que quem promove esse tipo de escalada quer que seja feito”. “Não há nada melhor para quem quer radicalizar e criar clima emotivo do que a radicalização desses temas”, rematou sobre o assunto.

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