A ministra da Saúde, Marta Temido, referiu que o ministério da sua tutela faz um “acompanhamento cuidadoso de tudo aquilo que são os novos produtos nesta área, mas com grande cautela”.

Esta foi a resposta da ministra Saúde quando lhe perguntaram, na conferência de imprensa da DGS e do Ministério da Saúde desta sexta-feira, se confiava tanto nas máscaras portuguesas que poderão inativar o vírus no seu tecido tal como na tecnologia, também criada em Portugal, que poderá fazer o mesmo no ar.

“Estamos falar muitas vezes produtos totalmente novos e portanto temos que monitorizar e sobretudo utilizar sempre com a consciência daquilo que foram as três regras tantas vezes repetidas ao longo destes meses”, disse, em referência ao distanciamento físico, à higiene das mãos e etiqueta respiratória, tal como o uso de máscaras certificadas.

Primeira máscara que inativa novo coronavírus criada em Portugal. A MOxAd-Tech custa 10 euros

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em causa está a máscara MOxAd-Tech e também uma tecnologia desenvolvida pelo Campus de Tecnologia e Inovação da BLC3, em Oliveira do Hospital. Quanto à máscara, a sua capacidade de “inativar” o vírus da Covid-19 foi alvo de testes favoráveis do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes. Já à tecnologia de Oliveira do Hospital, que inativará o vírus no ar, foi sujeita apenas a testes do consórcio que a fabrica.

“Estamos numa situação de estabilidade”

Sobre uma segunda vaga, que é uma possibilidade cada vez mais forte noutros países, como Espanha e França, a ministra respondeu: “Não sei se isso é suficiente para caracterizar estarmos perante uma segunda vaga. O que sabemos é que até uma vacina ou um tratamento eficaz esta doença persiste e portanto estamos sujeitos pelo menos a ondas”.

Sobre o caso específico de Portugal, Marta Temido informou que o índice de transmissibilidade mais recente (entre 5 e 9 de agosto) é de 1,04 — ou seja, cada pessoa com Covid-19 infeta em média um outra pessoa. E, com os dados que tem em mão, disse que “estamos numa situação de estabilidade”. Apesar de reconhecer que na quinta-feira os números de novos casos foram mais altos (325), acrescentou que os números desta sexta-feira (235) estão mais em linha com uma média aproximada de 240 casos diários.

Esta sexta-feira, o número de casos de Covid-19 subiu para 53.783 (com uma subida 235 nas últimas 24 horas), dos quais foram registados 1.772 vítimas mortais (sendo que duas delas, um homem e uma mulher com mais de 80 anos, foram registadas no último dia).