O PSD vai chamar as ministras da Segurança Social e da Saúde ao Parlamento, para Ana Mendes Godinho explicar a situação num lar de Reguengos de Monsaraz, e Marta Temido falar sobre o plano de combate à covd-19.
Em comunicado divulgado este sábado, o PSD anuncia que vai chamar a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, com caráter de urgência, à Assembleia da República, “para explicar o sucedido no Lar de Reguengos de Monsaraz (distrito de Évora) que levou à morte de 18 idosos, por alegada falta de cuidados médicos adequados”.
Na sequência do requerimento do PSD, que será entregue na segunda-feira, está também, segundo a nota, “a entrevista da ministra publicada este sábado, onde a governante desvaloriza a situação dos lares e a sua fiscalização”, no âmbito da pandemia de covid-19.
“Por considerar que a ministra se está a demitir das suas funções, o PSD irá chamar também ao Parlamento a ministra da Saúde, para saber qual o plano do Governo para prevenir e combater, de forma articulada, os focos de contágio relacionados com a covid-19”, refere o comunicado.
Na entrevista, hoje publicada no semanário Expresso, a ministra da Segurança Social admitiu que faltam funcionários nos lares, lembrando que há um programa para colmatar essa falha, mas considerou que a dimensão dos surtos de covid-19 “não é demasiado grande em termos de proporção”.
Ana Mendes Godinho defendeu que não faz sentido falar de casos concretos de surtos de covid-19 em lares e sobre a situação ocorrida em Reguengos de Monsaraz disse que está a decorrer um inquérito por parte do Ministério Público e que é preciso esperar pelas conclusões.
Sobre o relatório que a Ordem dos Médicos lhe enviou e no qual são denunciadas situações de abandono terapêutico dos utentes do lar, a ministra defendeu que essa é “uma valência da Saúde”, escusando-se a comentar.
Para Ana Mendes Godinho, o seu papel à frente do Ministério deve ser o de apoiar e não o de procurar culpados.
A responsável sublinhou ainda a evolução positiva da pandemia nos lares: “Tivemos 365 surtos [em abril] e temos 69 agora. Claramente, temos menos incidência. Temos 3% do total dos lares e temos 0,5% das pessoas internadas em lares que estão afetadas pela doença! A dimensão dos surtos não é demasiado grande em termos de proporção. Mas, claro, isto não significa que não devamos estar preocupados”.